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Os erros que levaram à morte dos trabalhadores humanitários em Gaza

Exército israelita reconheceu ter infringido as suas próprias regras.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) reconheceram vários erros que levaram à morte dos sete trabalhadores humanitários da World Central Kitchen na Faixa de Gaza, no dia 1 de abril. Dois oficiais, um comandante e um major, foram despedidos após terem sido reveladas quebras de comunicação e violação de regras pelo exército, indica o jornal norte-americanoThe New York Times

REUTERS/Ahmed Zakot

Os oficiais que ordenaram o ataque violaram os protocolos do exército ao dar luz verde ao ataque através de provas insuficientes e erradas em como um dos passageiros estava armado. "É uma tragédia", assumiu o porta-voz do exército de Israel, Daniel Hagari. "É um acontecimento grave pelo qual somos responsáveis, e não devia ter acontecido."

Além dos dois oficiais demitidos, o diretor do comando sul de Israel também levou uma reprimenda formal, segundo um comunicado do exército. "O ataque a veículos de ajuda humanitária é um erro grave que surge de uma falha grave devido a uma identificação errada, erros na tomada de decisão e um ataque contrário aos procedimentos", lê-se na nota. 

Entre os mortos, encontram-se seis estrangeiros e um civil palestiniano, que ajudavam a distribuir mais de 100 toneladas de ajuda alimentar em veículos identificados com o símbolo da organização sem fins lucrativos World Central Kitchen no tejadilho. Além disso, tinham tido permissão do exército para avançar. 

Contudo, o drone que efetuou o ataque não captou o logo da organização; alguns oficiais não viram a documentação em como eram carros civis; e um operador de drone identificou mal um funcionário como membro de um grupo armado palestiniano que estava armado. Em vez de uma arma, tinha um saco.

Os três carros foram atingidos sucessivamente, o que também não cumpriu os protocolos do exército. 

José Andrés, o fundador da World Central Kitchen, exigiu uma investigação independente à morte dos seus sete trabalhadores. Em comunicado, a organização frisou que "as IDF recorreram a força mortífera sem respeitar os seus próprios protocolos, cadeia de comando e regras de ataque".

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