O político francês tinha 98 anos. "Morreu esta quarta-feira de manhã, na sua casa de Paris, durante o sono", confirmou a filha.
Morreu Jacques Delors. O político francês e antigo presidente da Comissão Europeia tinha 98 anos.
Reuters
Descrito pelo Le Mondecomo "um autêntico socialista, revoltado pelas injustiças e com vontade de mudar o estado das coisas", Delors foi instrumental na construção da "moeda única" e na ideia de uma Europa unida. A notícia da sua morte foi avançada pela Agence France Press, citando a filha de Jacques Delors. "Morreu esta quarta-feira de manhã, na sua casa de Paris, durante o sono", confirmou Martine Aubry, filha de Delors e presidente da Câmara de Lille.
Foi do triunvirato constituído por Delors, François Mitterrand (Presidente de França) e Helmut Kohl (chanceler da Alemanha) que nasceu o tratado de Maastricht que transformou a Comunidade Económica Europeia (CEE) em União Europeia (UE) e deu o passo além da união económica. Com esta novo acordo surgia uma união focada também na política monetária e de segurança comum. Foi com Maastricht que se lançou a primeira pedra para o lançamento da moeda única europeia.
Ficou famosa uma frase de Delors enquanto presidente da Comissão Europeia para justificar este tratado: "A História está a acelerar. Nós temos de acelerar também".
Em França foi um dos líderes socialistas mais acarinhados do seu tempo, mas que causou mágoa a muitos dos seus militantes quando desistiu da corrida presidencial de 1995. Em entrevista ao Le Monde em 2013 admitiu: "Talvez sim, arrependo-me de não ter ousado. Talvez tenha cometido um erro".
O presidente francês, Emmanuel Macron, escreveu na rede social X (antigo Twitter): "Estadista com destino francês. Artesão incansável da nossa Europa. Lutador pela justiça humana. Jaques Delors foi tudo isso. O seu compromisso, os seus ideais e a honestidade vão inspirar-nos sempre. Saúdo o seu trabalho e a sua memória e partilho a dor dos seus entes queridos".
Homme d’État au destin français. Inépuisable artisan de notre Europe. Combattant pour la justice humaine.
Jacques Delors était tout cela.
Son engagement, son idéal et sa droiture nous inspireront toujours. Je salue son œuvre et sa mémoire et partage la peine de ses proches. pic.twitter.com/3D5FBvdduh
A antiga deputada europeia Ana Gomes referiu-se a Delors como "o melhor presidente da Comissão Europeia" e também aquele com "mais princípios, o mais ambicioso, o mais eficiente, o mais persuasivo, o mais visionário e o mais estratégico". Apelidou-o mesmo de ser "um colosso europeu". "Devo-lhe muita gratidão como europeia e socialista", completou Ana Gomes.
Também o presidente da Câmara de Lisboa lembrou Delors, escrevendo no X: "Como antigo Comissário Europeu e Vice Presidente do Delors Institute, apresento as minhas condolências à família Delors. Jacques Delors marcou a história da Europa e a História de Portugal. Ninguém na minha geração esquecerá aquele dia 12 de Junho de 1985 nos Claustros do Jerónimos em que Jacques Delors disse aquela frase que ainda hoje é actual: "Ou nos salvaremos juntos ou pereceremos cada um para seu lado. " É este o espírito da Europa. Precisamos cada vez mais uns dos outros".
Na política do seu país, Delors serviu como membro do gabinete do primeiro-ministro Jacques Chaban-Delmas, ficando encarregue das pastas dos assuntos sociais e culturais e das questões económicas e financeiras.
Em 1974 adere como militante ao Partido Socialista liderado por Mitterrand, filiando-se na ala dos cristãos-democratas.
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