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Montenegro condena situação humanitária em Gaza e pede fim dos bloqueios à entrada de ajuda

Esta posição é assumida no mesmo dia em que pelo menos um diplomata português e outro brasileiro, numa delegação de embaixadores, foram alegadamente alvo de disparos do exército israelita em Jenin, na Cisjordânia ocupada.

O primeiro-ministro condenou esta quarta-feira, 21, a situação humanitária "absolutamente intolerável" que se vive em Gaza e apelou ao fim de "qualquer entrave" à entrada de ajuda na região para "salvar a vida de milhões de seres humanos".

"A situação humanitária que se vive em Gaza é absolutamente intolerável. É imperativo permitir a entrada imediata, segura e sem qualquer entrave de toda a ajuda humanitária, para salvar a vida de milhões de seres humanos, incluindo crianças, mulheres e doentes", escreveu Luís Montenegro, numa publicação na rede social X.

fome gaza
fome gaza AP Photo/Jehad Alshrafi

Esta posição é assumida no mesmo dia em que pelo menos um diplomata português e outro brasileiro, numa delegação de embaixadores, foram alegadamente alvo de disparos do exército israelita em Jenin, na Cisjordânia ocupada.

Salientando que ninguém ficou ferido, a WAFA (agência noticiosa palestiniana), que cita o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana (AP), partilhou imagens dos ataques, que tiveram como objetivo "intimidar", nas quais se veem pelo menos dois israelitas fardados a disparar na direção de um grupo de pessoas que estavam a dar entrevistas.

A Lusa contactou o Ministério dos Negócios Estrangeiros português para confirmar o sucedido e este adiantou que na delegação de diplomatas estava o chefe de missão diplomática em Ramallah, Frederico Nascimento, que se encontra a salvo.

A agência palestiniana referiu que além dos diplomatas português e brasileiro, figuravam na delegação representantes da União Europeia (UE), Áustria, Bulgária, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Itália, Lituânia, Polónia, Reino Unido, Roménia, Rússia, Turquia, China, Canadá, México, Índia, Japão, Sri Lanka, Egito, Jordânia e Marrocos, bem como um número indeterminado de diplomatas de outros países.

A população da Faixa de Gaza aguardava hoje desesperadamente a distribuição de ajuda humanitária, à medida que aumenta a pressão internacional sobre Israel, acusado de só permitir a entrada no território palestiniano de uma ínfima parte do apoio necessário.

O relato é feito pela agência de notícias France-Presse (AFP) que recolheu testemunhos, via telefone, de habitantes do enclave palestiniano, cenário de uma guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas desde outubro de 2023.

Após mais de dois meses e meio de bloqueio total imposto à Faixa de Gaza, Israel anunciou que tinha autorizado a passagem de uma centena de camiões da ONU na segunda e terça-feira.

A autorização por parte de Israel de uma ajuda limitada a Gaza na segunda-feira foi descrita pela ONU como "uma gota no oceano" e 22 países exigiram a retoma "imediata da ajuda total".

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