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Ministério Público japonês pede pena de morte para incendiário que causou 36 mortos

Shinji Aoba foi acusado em dezembro de 2020, depois de o Ministério Público o ter considerado "plenamente responsável pelos seus atos" e mentalmente apto para ser julgado.

O Ministério Público do Japão pediu a pena de morte para o homem acusado do ataque incendiário a um estúdio de animação em Quioto em 2019, que causou 36 mortos, noticiaram hoje os 'media' nipónicos.

Mandatory credit Kyodo/via REUTERS

Shinji Aoba, de 45 anos, admitiu ser o incendiário na primeira audiência do julgamento em Quioto, no início de setembro. O veredicto está previsto para 25 de janeiro.

"Não pensei que morressem tantas pessoas e agora acho que fui longe demais", disse na altura.

Ele próprio ficou gravemente queimado no incêndio e vai comparecer no julgamento numa cadeira de rodas.

Os advogados declararam-no inocente, argumentando que não tinha "a capacidade de distinguir entre o certo e o errado" devido a problemas psiquiátricos.

No entanto, foi acusado em dezembro de 2020, depois de o Ministério Público o ter considerado "plenamente responsável pelos seus atos" e mentalmente apto para ser julgado.

Shinji Aoba agiu por "vingança baseada num rancor deslocado", segundo a acusação.

Este não tinha qualquer ligação com o estúdio Kyoto Animation (apelidado de "KyoAni"), mas culpou-o pelo roubo de uma ideia para um guião, segundo os meios de comunicação social.

A tragédia do KyoAni, que também deixou feridos cerca de trinta membros do pessoal do estúdio, teve um enorme impacto tanto no Japão como no estrangeiro.

Fundado em 1985 e conhecido pela qualidade da sua produção, o KyoAni continua em atividade, tendo prosseguido as atividades apesar da tragédia.

O tribunal de Quioto não se mostrou imediatamente disponível para confirmar a decisão do Ministério Público, segundo a imprensa local.

Tal como os Estados Unidos, o Japão é um dos poucos países democráticos que ainda permite a pena de morte, executada por enforcamento. A opinião pública japonesa continua a ser maioritariamente favorável, apesar das críticas.

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