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Militares israelitas anunciam "pausa tática" em três zonas de Gaza

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 27 de julho de 2025 às 11:33
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Israel acredita que, com esta "pausa tática", vai conseguir "refutar a falsa alegação de fome intencional", cada vez mais feita para comunidade internal.

As Forças de Defesa Israelitas (IDF) informaram que vão iniciar uma "pausa tática" nos combates em três zonas da Faixa de Gaza, de forma a tentar gerir o agravamento da situação humanitária que se vive no enclave.

Foto AP/Jehad Alshrafi

O exército referiu que interromperá as suas atividades em Muwasi, Deir al-Balah e na Cidade de Gaza entre as 10h00 e as 20h00, horário local, todos os dias a partir deste domingo e até novo aviso.

Num comunicado as IDF referem também que pretendem designar rotas seguras para ajudar as agências humanitárias a conseguirem entregar alimentos aos palestinianos. Esta decisão surge depois de, nas últimas semanas, ter aumentado a pressão internacional, inclusive vinda de aliados próximos de Israel, para a situação humanitária de Gaza, onde muitos palestinianos foram mortos nas últimas semanas enquanto tentavam chegar a locais de distribuição de alimentos.

Assim Israel quer criar "corredores humanitários" para comboios da ONU e "refutar a falsa alegação de fome intencional", garante em comunicado.

Tom Fletcher, coordenador dos Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência da ONU, já reagiu à decisão das IDF através da rede social X: "Anúncio bem-vindo de pausas humanitárias em Gaza para permitir a passagem da nossa ajuda. Em contacto com as nossas equipas locais, que farão todo o possível para ajudar o maior número de pessoas famintas neste período".

Esta decisão de Israel surge no mesmo dia em que o Ministério da Saúde de Gaza afirmou, numa publicação no Telegram, que os hospitais locais registados mais seis mortes nas últimas 24 horas por fome e desnutrição, incluindo duas crianças "exaustas pela fome".

Assim sendo, o número total de mortes por desnutrição sobe para 133, incluindo 87 crianças, desde o início da ofensiva israelita ao enclave palestiniano.

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