O Fujian está equipado com um sistema de catapulta eletromagnética e é o mais avançado do país
A China anunciou esta sexta-feira a entrada em serviço do Fujian, o terceiro porta-aviões e o mais avançado da frota, equipado com um sistema de catapulta eletromagnética, assinalando um marco na modernização da marinha chinesa.
Fujian é o mais avançado porta-aviões da marinha chinesa AP
A moderna tecnologia de catapulta, outrora exclusiva dos Estados Unidos, permite ao Fujian lançar uma maior variedade de aeronaves, mais fortemente armadas e com maior alcance do que os dois porta-aviões já existentes.
"Nenhum outro país ocidental, além dos Estados Unidos, opera um porta-aviões de tamanho e capacidades semelhantes", disse à agência de notícias France-Presse (AFP) o especialista em armamento naval Alex Luck.
O único outro porta-aviões atualmente equipado com um sistema de catapulta eletromagnética é o Gerald R. Ford, da Marinha dos Estados Unidos.
"Ainda serão necessários alguns anos até que este porta-aviões atinja uma verdadeira capacidade de combate", e "a China precisará de vários porta-aviões deste tipo" para "realmente alterar o equilíbrio de poder", destacou Alex Luck.
Apesar da rivalidade naval com Washington no mar do Sul da China e em redor de Taiwan, Pequim continua significativamente atrás dos norte-americanos em termos de capacidade de projeção de poder, defende a maioria dos analistas.
"A Marinha chinesa ainda está atrás dos seus potenciais adversários — particularmente os Estados Unidos — em termos de experiência operacional acumulada, treino de grupos de ataque de porta-aviões e, sobretudo, experiência real em combate", sendo esta última uma "grande desvantagem", disse à AFP Collin Koh, especialista em assuntos navais na região da Ásia-Pacífico da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura.
O navio foi oficialmente incorporado na frota durante uma cerimónia realizada na quarta-feira na ilha tropical de Hainão, no sul da China, na presença do líder Xi Jinping, informou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
"Após a cerimónia, Xi Jinping embarcou no Fujian (...) e foi informado sobre o desenvolvimento das capacidades de combate do sistema de porta-aviões, bem como sobre a construção e aplicação do sistema de catapulta eletromagnética", especificou a agência.
O país possuía até agora dois porta-aviões: o Liaoning, adquirido à Ucrânia em 2000, e o Shandong, o primeiro porta-aviões construído na China, comissionado em 2019.
Em setembro, a Marinha da China revelou que o Fujian tinha navegado pelo Estreito de Taiwan em direção ao mar do Sul da China para realizar testes e treinos.
Especialistas em defesa em Taipé, citados pela agência de notícias taiwanesa CNA, alertaram na altura que a entrada ao serviço do Fujian permite à China operar permanentemente três grupos de combate de porta-aviões, o que aumentará a pressão sobre Taiwan.
Pequim considera o Estreito de Taiwan parte das suas águas territoriais, enquanto Taipé, os Estados Unidos e os seus aliados o classificam como uma via marítima internacional.
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