Adepto da liberalização económica, dos investimentos estrangeiros e das privatizações, possui a ambição de mudar a imagem do país. Toma posse como novo-primeiro ministro da Grécia esta segunda-feira.
O líder dos conservadores da Nova Democracia (ND),Kyryakos Mitsotakis, quevenceu as eleições deste domingo na Grécia, confirma a tradição dinástica muito enraizada na política grega, apesar de impor um estilo que contrasta com os seus antecessores.
O futuro primeiro-ministro, 48 anos, eleito presidente da ND em 2016 após as grandes derrotas eleitorais do partido de janeiro e setembro de 2015 face aoSyriza, do até agora primeiro-ministroAlexis Tsipras, parece querer impor um novo estilo, ao sobrepor-se à "velha guarda" do partido.
No entanto e ao contrário de Tsipras, que tentou romper com a herança dinástica, a trajetória de Mitsotakis é muito diferente, porque representa a quarta geração de líderes políticos da ala conservadora.
O seu pai, Konstantinos Mitsotakis, desempenhou um papel destacado durante quase 30 anos na política helénica e foi primeiro-ministro entre 1990 e 1993.
A sua irmã mais velha, Dora Bakoyannis, foi a primeira mulher a ocupar a presidência da câmara municipal de Atenas (2003-2006).
Depois, no Governo de Kostas Karamanlis - sobrinho de Konstantinos Karamanlis, outro peso pesado da política helénica -, Dora era designada ministra dos Negócios Estrangeiros (2006-2009). O seu filho Kostas Bakoyannis, sobrinho de Kyryakos Mitsotakis, foi eleito no início de junho o novo presidente da cidade de Atenas.
Kyryakos Mitsotakis, como sucede com a maioria da elite política grega, foi educado no estrangeiro após frequentar o prestigioso colégio privado ateniense American College of Athens.
Diplomado pelas universidades norte-americanas de Harvard (psicologia) e Standford (MBA), poliglota (também fala francês, inglês e alemão), representa uma nova geração de políticos gregos que se dizem empenhados na modernização do sistema político e da sociedade.
No último Governo do conservador Antonis Samaras em 2014 -- coligado com o Pasok e que impôs draconianas medidas de austeridade em plena "crise da dívida" e intervenção da 'troika' de credores internacionais --, foi ministro da Reforma administrativa, mas após a sua eleição para a liderança da oposição em 2016 propôs outro caminho para a saída da crise.
Adepto da liberalização económica, dos investimentos estrangeiros e das privatizações, possui a ambição de mudar a imagem do país, à semelhança de Tsipras, o seu principal rival no escrutínio.
Nos seus discursos tem manifestado a intenção de inverter a penalização das vítimas e dos deserdados da crise e diz-se favorável a um "governo forte e uma Grécia autossuficiente", tornando-se num adversário perigoso para o atual primeiro-ministro.
Muitas vezes prefere apresentar-se sem gravata e parece rejeitar o estilo tecnocrata e anquilosado dos seus correligionários. E durante a sua campanha pelo país diz ter entendido que a Grécia desejava uma "grande mudança política".
Mesmo quando as sondagens apontavam para uma maioria absoluta, repetiu que pretendia uma maior convergência que ultrapasse o núcleo duro dos deputados da ND para garantir uma política de "unidade e meritocracia".
A liberdade empresarial e a classe média, a mais penalizada pela pressão fiscal dos anos de austeridade, estão no centro seu discurso político. Promete uma imediata redução dos impostos e das despesas públicas, através de uma maior cooperação do Estado com o setor privado e a redução do número de funcionários públicos.
O até agora primeiro-ministro Tsipras acusa-o de pretender repetir os despedimentos massivos que assinalaram a sua passagem pelo governo de coligação ultraconservador de Samaras.
Mitsotakis, pelo contrário, assegura que após assumir o leme do Governo pretende reforçar os setores da Saúde e Educação, onde ocorreram a maioria dos despedimentos entre 2011 e 2014.
A sua imagem de líder que "modernizará o país" e o tornará mais competitivo no século XXI contribuiu para garantir a confortável vitória nas eleições europeias e locais de maio e que forçaram Tsipras a uma arriscada "jogada de póquer", a convocação das legislativas antecipadas.
Kyryakos Mitsotakis, uma nova imagem das dinastias políticas gregas
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.
“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.
É excelente poder dizer que a UE já aprovou 18 pacotes de sanções e vai a caminho do 19º. Mas não teria sido melhor aprovar, por exemplo, só cinco pacotes muito mais robustos, mais pesados e mais rapidamente do que andar a sancionar às pinguinhas?