Médicos no Japão alertam que evento, que vai juntar 12 mil atletas de mais de 200 países numa "bolha", é uma “grande tragédia” à espera de acontecer.
O Japão assegurou esta quinta-feira que vai fazer todos os possíveis para garantir uns Jogos Olímpicos "seguros e protegidos" da covid-19, mas o líder sindical de médicos no país avisa que o evento que se realizará este verão em Tóquio, com dezenas de milhares de pessoas de todo o mundo no mesmo espaço, reúne condições para a criação de uma nova variante "olímpica" do novo coronavírus.
Jogos Olímpicos de TóquioReuters
Depois do adiamento de um ano, Tóquio considera-se pronta para receber a maior competição desportiva do mundo, entre 23 de julho e 8 de agosto, mas enfrenta
neste momento uma quarta vaga da pandemia, para a qual o Japão prepara-se para responder com a renovação do estado de emergência que cobre a maioria do país.
O processo de vacinação contra a covid-19 não está melhor: apenas 5% da população recebeu doses de vacina. Para combater o problema, Tóquio abriu centros de vacinação em massa, que vão estar abertos 12 horas por dia durante os próximos três meses, com o objectivo de vacinar até dez mil pessoas por dia.
Mas os médicos japoneses não estão contentes e, a 13 de maio, o Sindicato Nacional de Médicos Japoneses apresentou uma petição ao Governo a pedir o cancelamento dos Jogos Olímpicos, alegando o risco elevado de propagação de novas variantes do novo coronavírus SARS-CoV-2.
O líder sindical, Naoto Ueyama, avisa que a concentração de mais de 12 mil atletas de mais de 200 países numa bolha é uma "grande tragédia" à espera de acontecer.
"Todas as diferentes variantes do vírus que existem nos diferentes países vão estar concentradas aqui em Tóquio. Não podemos negar a possibilidade de uma nova variante do vírus a emergir depois dos Jogos Olímpicos", indicou em conferência de imprensa esta quinta-feira.
"Se essa situação surgir, pode até dar origem a uma variante Olímpica de Tóquio, o que seria uma tragédia e alvo de críticas durante 100 anos", disse.
Na passada semana, a organização sindical lembrou que os médicos estão a trabalhar acima das suas capacidades para dar resposta à pandemia da covid-19 no país, acusando o governo japonês de querer reduzir o número de profissionais de saúde disponíveis, ao serem destacados para a competição.
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