Parlamentares de esquerda manifestaram-se durante o discurso do primeiro-ministro da Hungria, que detém a presidência rotativa do Conselho Europeu, e foram chamados à atenção por Roberta Metsola.
Durante o discurso de Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro, esta quarta-feira no parlamento europeu, um grupo de deputados de esquerda começou a cantarBella Ciao, uma canção de resistência antifascista italiana da Segunda Guerra Mundial, que se tornou novamente conhecida pela associação à série da Netflix Casa de Papel.
REUTERS/Yves Herman
A provocação durou menos de um minuto e foi interrompida pela presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, enquanto os apoiantes de Orbán gritavam para o apoiar. "Isto não é a Eurovisão", referiu Metsola antes de pedir que fosse respeitada "a dignidade desta casa".
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Bella Ciao
A Hungria juntou-se à União Europeia (UE) em 2004 e desde que Orbán se tornou primeiro-ministro, em 2010, que as relações têm estado cada vez mais afastadas. Orbán está em desacordo relativamente às políticas relativas aos direitos das minorias, imigração, estado de direito e relacionamento com a Rússia. Com frequência o primeiro-ministro húngaro acusa a UE de se intrometer na sua política interna e de promover valores liberais que se afastam dos valores conservadores e tradicionais que o seu país quer defender.
A 1 de julho, a Hungria assumiu a presidência rotativa do Conselho Europeu, que tem uma duração de seis meses, o que tem afastado ainda mais Orbán da maior parte dos outros países da União. Nestes últimos meses marcou também presença na Rússia para reunir com Vladimir Putin, na China, onde esteve em conversas informais com Xi Jinping, e na casa do ex-presidente norte-americano Donald Trump em Mar-a-Lago.
Todas estas situações resultaram num ambiente ainda mais hostil para o seu discurso no Parlamento Europeu, adiado um mês devido às cheias que afetaram a Europa de Leste e Central no início do mês de setembro. Durante o discurso, Orbán defendeu que a política da UE precisa de mudar, especialmente porque existe uma falha no controlo da entrada de migrantes que pode fazer com que o sistema Schengen "desmorone".
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Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.
Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.