Netanyahu avisou, durante uma reunião de gabinete este domingo, que estão "determinados a bloquear a agressão do Irão" contra Israel. "(…) Mesmo que isso signifique lutar. Melhor agora do que mais tarde", declarou o primeiro-ministro. "Nós não queremos uma escalada [na situação], mas estamos prontos para qualquer cenário", acrescentou.
O Irão é um importante aliado do presidente sírio, Bashar al-Assad, e forneceu ajuda militar crucial para as suas forças. Por outro lado, o Irão é um dos maiores "inimigos" de Israel. O governo de Netanyahu tem alertado repetidamente que não tolerará uma presença militar iraniana permanente na vizinha Síria.
Antes destas declarações, o Irão advertiu que os EUA vão arrepender-se "como nunca" se decidirem deixar o acordo internacional nuclear iraniano, como uma ameaça ao presidente norte-americano, Donald Trump.
O acordo nuclear com o Irão foi concluído em Viena entre Teerão e o Grupo 5+1 (China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha), antes da chegada à Casa Branca de Donald Trump. O acordo regula as atividades nucleares de Teerão, de modo a garantir sua natureza exclusivamente pacífica. Trump deu aos europeus até 12 de Maio para encontrar um novo texto para remediar as "falhas terríveis" do acordo e caso isso não aconteça ameaça retirar-se.
"Hoje, todas as tendências políticas sejam de direita, esquerda, conservadores, reformistas e moderados, estão unidas (…). Trump deve saber que o nosso povo está unido, o regime sionista [Israel] deve saber que o nosso povo está unido", disse Rohani.
Esforço diplomático britânico
O chefe da diplomacia britânica, Boris Johnson, viajou este domingo para os Estados Unidos da América como parte de um esforço diplomático destinado a convencer Trump a não abandonar o acordo.
Fontes oficiais britânicas, citadas pela agência Efe, referem que o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros estará dois dias em Washington, onde se vai reunir com o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, e o conselheiro para a Segurança Nacional, John Bolton.
Além da questão do Irão, espera-se que Boris Johnson aborde, também a crise na Síria e matérias relacionadas com a Coreia do Norte, antes do aguardado encontro entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
"Em tantos desafios de política externa mundial o Reino Unido e os Estados Unidos estão Unidos", disse o ministro britânico por ocasião da sua deslocação a Washington, exemplificando com a resposta ao envenenamento do ex-espião russo, Serguéi Skripal, e da sua filha, e a "forte resposta" ao uso de armas químicas por parte do presidente sírio, Bachar al Asad, assim como nos esforços para a desnuclearização da Coreia do Norte.
Na declaração, Boris Johnson adiantou que o Reino Unido, os Estados Unidos e os parceiros europeus estão igualmente unidos no esforço conjunto "para enfrentar qualquer tipo de comportamento iraniano" que torne a região na região do Médio Oriente menos segura.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, por seu turno, apelou para que Donald Trump não rejeite o acordo nuclear com o Irão, alertando que existe um risco real de guerra se o acordo terminar.