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Israel desafia França e Espanha a acolher Palestina nos seus territórios

O chefe da diplomacia de Israel disse que se Paris e Madrid "estão interessados" em estabelecer um Estado palestiniano podem fazê-lo nos respetivos territórios nacionais.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, desafiou esta segunda-feira a Espanha e a França a receberem o Estado da Palestina "nos próprios territórios".

Diplomata israelita desafia França e Espanha sobre a Palestina
Diplomata israelita desafia França e Espanha sobre a Palestina Luiz Rampelotto/EuropaNewswire

A França e a Espanha são países que defenderam o reconhecimento do Estado da Palestina. 

Numa conferência de imprensa, hoje, na capital da Hungria, o chefe da diplomacia de Israel disse que se Paris e Madrid "estão interessados" em estabelecer um Estado palestiniano podem fazê-lo nos respetivos territórios nacionais: França e Espanha.  

"Não colocaremos Israel em risco de ter fronteiras indefensáveis", disse Saar durante a conferência de imprensa em Budapeste com o homólogo húngaro, Peter Szijjarto, referindo-se às posições francesa e espanhola sobre o estabelecimento do Estado da Palestina.

Por outro lado, citado pela agência espanhola Europa Press, o ministro israelita criticou Paris e Madrid de ineficácia na solução dos próprios problemas internos. 

 "Por vezes, quando ouço falar dos problemas internos (da França e de Espanha), tenho a sensação de que é difícil para eles resolverem os nossos problemas", disse ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel.

Gideon Saar reiterou as críticas contra o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, considerando "incrível" que os líderes espanhóis ignorem o que fizeram ao povo judeu ao longo da História.

Saar referiu-se à deportação de judeus de Espanha em 1492, considerando tratar-se de uma das maiores limpezas étnicas da História.

O ministro dos Negócios Estrangeiros salientou ainda que Sánchez está a ser pressionado por "partidos extremistas, comunistas e outros", que pressionam o Governo de Madrid a tomar medidas contra Israel.

Hoje o Executivo espanhol anunciou a imposição de um embargo de armas a Israel no sentido de "interromper o genocídio" na Faixa de Gaza.

O membro do governo de Benjamin Netanyahu disse que os israelitas não precisam de Espanha para proteger Israel.

"Eles [Espanha] provavelmente precisam das capacidades israelitas muito mais do que nós precisamos delas. Se querem punir o seu país, essa é uma questão que caberá aos eleitores espanhóis decidir no futuro", acrescentou Gideon Saar.

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