As Carlo, muito produzidas na Cisjordânia, começaram a ser mais utilizadas por gangues ábares e israelitas no início dos anos 2000.
Os autores do ataque, desta segunda-feira, em Jerusalém utilizaram um tipo de armas de baixo custo de fabrico, mas com capacidade para serem letais, que há vários anos que são usadas no conflito para ações em ambientes urbanos.
Ataque em Jerusalém com armas de baixo custoTwitter
Uma imagem revelada pela imprensa israelita depois do ataque que esta manhã originou pelo menos seis mortos indica que, pelo menos, uma das armas utilizadas para o atentado é uma submetralhadora Carlo, muito provavelmente produzida em oficinas clandestinas na Cisjordânia.
Comumente designadas por Carlo, são inspiradas na submetralhadora sueca Carl Gustav M/45, mas utilizando detalhes técnicos de armas mais simples, como a metralhadora britânica Sten, utilizada na Segunda Guerra Mundial. Para serem fabricadas podem ser utilizados materiais que se encontram facilmente, como canos ou molas, mas também através de armas roubadas ou perdidas. No caso da Cisjordânia, muitos dos componentes são originários de armas das Força de Defesa israelitas.
Começaram a ser usadas na década de 1970 por grupos criminosos envolvidos em disputas e que tinham dificuldades em obter armas de fogo. Mais tarde começaram a ser vendidas por traficantes e acabaram nas mãos de grupos militares e terroristas e foi só no início dos anos 2000 que as forças israelitas avistaram pela primeira vez armas Carlo, que começaram a ser amplamente utilizados por gangues árabes e israelitas.
A sua produção conta com componentes de várias origens, em alguns casos retirados de outras pistolas ou armas, mas por vezes são até modificadas armas de paintball. A produção não requer uma grande infraestrutura, sendo possível construí-las em garagens, adegas ou laboratórios.
As Carlo só têm capacidade para disparar em rajadas e são adequadas sobretudo para ataques de curta distância, uma vez que têm problemas de precisão e uma alta propensão a encravar. Isto porque a munição, que normalmente tem 9 mm, precisa de se adaptar a mecanismos rústicos e imperfeitos.
O valor estimado destas armas é entre 590 euros e 850 euros, o que as torna muito mais acessíveis do que uma Kalashnikov ou pistola com as mesmas características comprada ilegalmente.
Tendo em conta o pequeno porte é fácil escondê-las em malas pequenas ou até dentro de um casaco, o que facilita não só a preparação dos ataques como o contrabando.
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