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Israel aprova projeto para fechar meios de comunicação considerados "ameaça"

Lusa 14 de dezembro de 2025 às 14:21
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A "Lei Al-Jazira" permite o encerramento de meios de comunicação estrangeiros em Israel, sob certas condições.

O projeto para converter a chamada "Lei Al-Jazira" numa norma permanente foi aprovado em comissão no Knesset (Parlamento israelita), foi anunciado este domingo.

Vários deputados expressaram sérias reservas sobre esta norma
Vários deputados expressaram sérias reservas sobre esta norma AP Photo/Ariel Schalit

A "Lei Al-Jazira" permite o encerramento de meios de comunicação estrangeiros em Israel, sob certas condições.

"Os organismos de radiodifusão estrangeiros que não nos desejam o bem são como qualquer outro inimigo e não esperam uma situação de emergência ou rotineira para nos causar danos", afirmou Zvika Fogel, presidente da Comissão de Segurança Nacional da Knesset durante o debate.

No entanto, segundo a agência EFE, vários deputados expressaram sérias reservas sobre esta norma.

Entre eles encontra-se Amit Halevi, membro do partido Likud e um dos deputados que propôs a lei, que retirou a sua iniciativa original, alertando que a redação aprovada "não oferece uma solução eficaz e pode prejudicar a segurança dos cidadãos israelitas".

Por sua vez, o deputado Gilad Kariv, do partido dos Democratas, questionou a vigência da lei temporária e a intervenção política sobre critérios profissionais de segurança.

Após rejeitar as objeções, a comissão aprovou o projeto de lei para segunda e terceira leitura no plenário.

A medida temporária, atualmente em vigor, foi aprovada em abril de 2024 e concedeu ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e ao ministro das Comunicações o poder de ordenar o encerramento de meios de comunicação estrangeiros que operam em Israel e confiscar os seus equipamentos, caso existam motivos para acreditar que representam "um grave risco para a segurança do Estado".

Esta medida, que gerou críticas tanto dentro como fora do país, foi aplicada para encerrar as operações da rede de notícias do Qatar Al-Jazira e também levou à apreensão temporária de equipamentos pertencentes à agência norte-americana Associated Press, uma vez que esta fornecia imagens à Al-Jazira.

Um mês depois, o canal do Qatar deixou de ser retransmitido nas televisões israelitas. As autoridades do país bloquearam todas as páginas da sua rede de meios de comunicação e retiraram todas as acreditações do seu pessoal.

Em setembro de 2024, Israel também fechou os escritórios da rede em Ramallah, no território palestino da Cisjordânia ocupada.

O deputado Ariel Kellner, do Likud, apresentou em novembro uma proposta de lei para tornar essa medida permanente, aprovada na sua leitura preliminar na Knesset no mesmo mês, com 50 legisladores a favor e 41 contra.

A Al-Jazira é um dos canais com maior presença e jornalistas na Faixa de Gaza, e Israel acusou em várias ocasiões alguns dos seus repórteres mais visíveis no enclave, como Anas al Sharif --- morto por fogo israelita ---, de estarem afiliados ao Hamas, apresentando provas que não puderam ser verificadas.

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