Sábado – Pense por si

Hong Kong: Quatro deputados pró-democracia destituídos

Decisão acontece após Pequim ter aprovado uma resolução que permite ao executivo do território depor os eleitos do cargo, caso constituam uma ameaça para a segurança nacional.

Hong Kong destituiu hoje quatro deputados pró-democracia do Conselho Legislativo, após Pequim ter aprovado uma resolução que permite ao executivo do território depor os eleitos do cargo, caso constituam uma ameaça para a segurança nacional.

O anúncio surgiu após o Comité Permanente do Congresso Nacional Popularchinês ter aprovado uma resolução para depor os deputados que apoiem a independência da cidade, que se recusem a reconhecer a soberania da China no território, cometam atos que ameacem a segurança nacional ou contactem forças externas para interferir nos assuntos da ex-colónia britânica, de acordo com a agência noticiosa estatal Xinhua.

"Em conformidade com a decisão acima referida do Comité Permanente do Congresso Nacional Popular, o Governo [de Hong Kong] comunica [...] que os seguintes quatro membros perderão imediatamente os seus lugares: Alvin Yeung, Dennis Kwok, Kwok Ka-ki e Kenneth Leung", pode ler-se num comunicado do executivo.

Em conferência de imprensa, os quatro deputados consideraram que a decisão "constitui uma clara violação da Lei Básica", que garante autonomia ao território durante 50 anos após a transferência da soberania para a China, em 1997, denunciando ainda o desrespeito das garantias processuais.

Na segunda-feira, 19 deputados do campo pró-democracia ameaçaram demitir-se em massa caso Pequim decidisse depor algum dos pró-democratas eleitos.

A chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, deverá hoje realizar uma conferência de imprensa para abordar a decisão.

No final de junho, a China impôs uma lei da segurança nacional à antiga colónia britânica que pune atividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras com penas que podem ir até à prisão perpétua.

O diploma foi denunciado pelos Estados Unidos, União Europeia e organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos, que consideram que põe em causa a autonomia do território e ameaça as liberdades fundamentais, ao abrigo do princípio "um país, dois sistemas".

No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.