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Hamas disposto a acordar cessar-fogo que preveja libertação de reféns de uma só vez

Lusa 26 de abril de 2025 às 12:22
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Não é claro se a ideia de uma trégua de longa duração foi proposta pelo próprio Hamas ou pelos mediadores egípcios e do Qatar.

O Hamas estará disposto a acordar um cessar-fogo para Gaza que preveja a libertação de todos os reféns de uma só vez e uma trégua de cinco anos com Israel, noticiou este sábado a AFP. Segundo a agência de informação francesa, que cita um responsável do Hamas, sob anonimato, o grupo "está pronto para uma troca de prisioneiros [reféns israelitas por prisioneiros palestinianos] numa única operação e para uma trégua de cinco anos".

AP Photo/Leo Correa

Aquela afirmação acontece no dia em que uma delegação do movimento islamita palestiniano deverá reunir-se com mediadores no Cairo, no Egito. A AFP salienta que não é claro se a ideia de uma trégua de longa duração foi proposta pelo próprio Hamas ou pelos mediadores egípcios e do Qatar.

A 17 de abril, o Hamas, que afirmou ser contra um acordo "parcial", rejeitou uma proposta israelita que previa uma trégua de 45 dias em troca da devolução de dez reféns vivos. O movimento pretende um acordo "global" que inclua a cessação das hostilidades, a retirada total das tropas israelitas, a troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos e a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Já Israel exige a devolução de todos os reféns e o desarmamento do Hamas e de outros grupos armados em Gaza, sendo que este último ponto constitui uma "linha vermelha" para o Hamas.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.218 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. No mesmo ataque, foram raptadas 251 pessoas, das quais 58 continuam detidas em Gaza e 34 já morreram, segundo o exército israelita.

Uma trégua de 19 de janeiro a 17 de março permitiu que 33 reféns, incluindo oito mortos, regressassem a Israel em troca da libertação de cerca de 1800 palestinianos presos em Israel.

De acordo com os números publicados na sexta-feira pelo Ministério da Saúde do Hamas, pelo menos 2.062 palestinianos foram mortos desde o reinício da ofensiva israelita a 18 de março, elevando para 51.439 o número de mortos em Gaza desde o início da guerra.

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