Autor anti-máfia foi condenado a pagar 1.000 euros por ter chamado "canalha" à agora primeira-ministra.
O autor italiano anti-máfia Roberto Saviano foi condenado, esta quinta-feira, a pagar uma multa de 1.000 euros por ter chamado a primeira-ministra, Giorgia Meloni, de "canalha" por causa das suas posições sobre a imigração.
Reuters/DR
O tribunal de Roma decretou o pagamento de uma multa, o que é habitualmente o procedimento neste tipo de queixas, embora a difamação possa ser punida com até três anos prisão. A acusação pedia uma multa de 10.000 euros, enquanto que para o escritor de 44 anos e os seus apoiantes este era um caso de liberdade de expressão.
Meloni processou Saviano, acusando-o de espalha ódio em série. O caso remonta a 2020, quando a líder do Irmãos de Itália estava na oposição e o escritor criticou as suas posições em relação aos migrantes numa entrevista televisiva.
"Todas as mentiras (ditas sobre as ONGs), táxis marítimos, cruzeiros (para migrantes). Só posso dizer: canalhas, como ousam? Meloni, Salvini: canalhas", disse então Saviano. O escritor proferiu estas declarações depois de terem surgido imagens da ONG espanhola Open Arms nas quais um bebé de seis meses morreu antes de ter sido transportado por via aérea para Itália.
No ano passado, a primeira-ministra italiana decidiu manter a queixa dizendo que os juízes podiam decidir "imparcialmente" mesmo num caso envolvendo a líder do governo.
Saviano, autor do famoso livroGomorra, vive com proteção policial 24h e tem um historial de confrontos com políticos de extrema-direita. Em maio, ganhou um processo de difamação contra o ministro da Cultura, Gennaro Sangiuliano e tem ainda pendente um caso levantado contra si por Matteo Salvini, envolvendo uma outra passagem da mesma entrevista de 2020.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.