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Giorgia Meloni fala hoje no processo dos vídeos pornográficos falsos com a sua cara

Sofia Parissi
Sofia Parissi 08 de outubro de 2024 às 07:00
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Alessio Scurosu, e o seu pai Roberto, foram acusados de difamação por alegadamente terem publicado na internet vídeos pornográficos 'deepfake' com a imagem da atual primeira-ministra italiana.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, vai ser ouvida em tribunal, esta terça-feira, 8 de outubro, no âmbito do processo legal em torno da publicação de vídeos pornográficos falsos com a sua imagem. De acordo com a agência noticiosa italiana ANSA, a data foi marcada pela juíza responsável pelo caso, Monia Adami, e o testemunho vai ser feito através de videoconferência.

Giorgia Meloni
Giorgia Meloni Reuters

Alessio Scurosu, de 40 anos, e o seu pai Roberto, de 73, são os dois homens acusados de difamação neste caso, que remete a 2020, dois anos antes de Giorgia Meloni se tornar na primeira-ministra de Itália. A publicação dos vídeos pornográficos falsos num site de pornografia norte-americano, onde terão sido vistos milhões de vezes, está na base desta ação legal levada a cabo por Giorgia Meloni.

A indemnização de 100 mil euros pedida pela primeira-ministra tem como objetivo "enviar uma mensagem às mulheres que são vítimas deste tipo de abuso de poder para que não tenham medo de apresentar queixa", referiu a advogada de Meloni, Maria Giulia Marongiu, citada pela BBC

Os vídeos manipulados com recurso a inteligência artificial (IA) são classificados de deepfake e, devido ao aumento de denúncias semelhantes à da primeira-ministra italiana, têm levado a uma discussão sobre possíveis alterações à legislação europeia. O primeiro regulamento da UE sobre IA entrou em vigor este ano e não criminaliza a publicação de deepfake, desde que o conteúdo seja identificado como tal. 

"O conteúdo que é gerado ou modificado com recurso à inteligência artificial como, por exemplo as imagens, os arquivos de áudio ou vídeos (como é o caso dos deepfakes), precisa de ser claramente rotulado como sendo gerado através de inteligência artificial para que os utilizadores tenham consciência disso quando se veem confrontados com conteúdo desse género", pode ler-se no site do Parlamento Europeu.

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