Presidente da Endiama diz que o prejuízo vem da venda a três entidades, uma delas detida por Isabel dos Santos. "Não vai acontecer outra vez", garantiu José Manuel Ganga Júnior.
O presidente da Endiama, a diamantífera nacional deAngola, disse esta sexta.feira que perdeu 300 milhões de dólares (270 milhões de euros) por ano na última década por venderdiamantesabaixo do preço a três entidades, uma delas detida porIsabel dos Santos.
"Através da nossa avaliação, concluímos que estávamos a perder 30 a 40% do valor das gemas" por vender abaixo do preço de mercado, disse José Manuel Ganga Júnior numa entrevista à agência de informação financeira Bloomberg, à margem da sua participação no Indaba Mining, uma feira mineira que decorreu na Cidade do Cabo, na África do Sul.
"Não vai acontecer outra vez", garantiu o presidente da Endiama, salientando que as pedras preciosas foram vendidas a três companhias, uma delas pertencente à empresária Isabel dos Santos, a mulher mais rica de África e filha do antigo presidente de Angola José Eduardo dos Santos.
O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou no dia 19 de janeiro mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de 'Luanda Leaks', que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.
Isabel dos Santos foi constituída arguida pelo Ministério Público de Angola, acusada de má gestão e desvio de fundos da companhia petrolífera estatal Sonangol, disse estar a ser vítima de um ataque político. A empresária já refutou o que descreveu como "alegações infundadas e falsas afirmações" e anunciou que vai avançar com ações em tribunal contra o consórcio de jornalistas que divulgou a investigação "Luanda Leaks".
Para além disso, Isabel dos Santos reafirmou que os investimentos que fez em Portugal tiveram uma origem lícita.
De acordo com a investigação do consórcio, do qual fazem parte o Expresso e a SIC, Isabel dos Santos terá montado um esquema de ocultação que lhe permitiu desviar mais de 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) para uma empresa sediada no Dubai.
Empresa que gere diamantes de Angola diz que perdeu 3 mil milhões de dólares com vendas
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