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O regresso de Trump ao poder e a economia, bem como os conflitos na Ucrânia e Médio Oriente, irão marcar o ano de 2025 no país liderado por Xi Jinping.
Quais são os principais desafios internos e internacionais da China para 2025? Apesar das dificuldades, Xi Jinping garante que a economia não será o maior: afinal, o presidente chinês garantiu esta terça-feira, 31 de dezembro que o crescimento económico da China deverá atingir os 5% em 2024, mesmo perante a crise imobiliária e a fraca procura interna registadas nos últimos meses.
Justin Chan/AP
Durante um discurso de reflexão sobre o ano de 2024 e o futuro das relações internacionais da China, a 17 de dezembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros Wang Yi referiu que a diplomacia chinesa irá continuar a erguer a bandeira do "desenvolvimento" e da "cooperação", esforçando-se para "construir pontes de amigabilidade e laços de afinidade" para que haja "paz mundial", após um ano de "novas transformações e instabilidade, marcadas por conflitos geopolíticos intensificados". O site The Conversation elencou as cinco prioridades da China para o ano que hoje começa.
A rivalidade com os EUA
Encontrar um equilíbrio entre concorrência e cooperação será um desafio decisivo para a China e os Estados Unidos, sendo esta a relação mais complexa para Pequim, especialmente devido ao regresso de Trump. Será o reacender de uma política agressiva em termos de sanções e limitações por parte dos EUA. Durante a sua campanha, Trump prometeu a implementação de tarifas de 60% aos produtos chineses, com um potencial aumento de 10% se Pequim não conseguir travar o fluxo de fentanil, droga por detrás de uma crise de opióides nos EUA, sugerindo um agravamento das atuais tensões comerciais.
A vitória de Trump em 2016 apanhou Pequim desprevenida. No entanto, após quatro anos de tarifas sobre as exportações, restrições tecnológicas e tensões comerciais, o presidente Xi Jinping estará preparado para enfrentar esta liderança de novo. Esta preparação verifica-se na forma como empresas chinesas, como é o caso da Huawei, procuraram reduzir a sua dependência do mercado norte-americano.
Guerra tecnológica
Pequim também se prepara para investir no campo da tecnologia, algo que tem sido travado pelos EUA através por exemplo de limitações à exportação de material e software de fabrico de semicondutores.
A China respondeu com uma série de proibições na exportação de materiais essenciais para a produção de semicondutores e baterias de veículos elétricos como gálio, germânio, antimónio e grafite.
As complicações europeias
As relações entre a UE e a China em 2024 foram fortemente moldadas pela influência norte-americana e pelas mudanças políticas internas na Europa, nomeadamente o enfraquecimento da França e da Alemanha.
Tal como com os Estados Unidos, a China tem um conflito comercial com a Europa no que toca à implementação de tarifas e impostos sobre bens chineses. Recentemente, as restrições por parte da UE às importações de veículos elétricos chineses resultaram na aplicação de tarifas por parte da China à importação de brandy francês, por exemplo. Esta guerra comercial poderá complicar as relações sino-europeias. O regresso de Trump à Casa Branca e o seu antagonismo em relação à UE poderão funcionar a favor da China.
A relação com Moscovo
A Rússia tornou-se um aliado importante para a China, nomeadamente como fonte de recursos naturais, enquanto Pequim se tornou uma fonte de apoio económico a Moscovo. No entanto, esta relação pode ter afetado algumas relações com certos estados europeus que viram a China como um facilitador da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Contudo, indica o site, a invasão russa da Ucrânia serve como uma distração que afasta a atenção dos EUA da China para a Europa.
Mas se for bem sucedido, o plano de paz proposto por Trump para a Ucrânia e Rússia pode permitir que os EUA voltem a focar-se na China.
A resolução do conflito poderia abrir também o caminho para uma aproximação entre Washington e Moscovo, o maior aliado chinês.
Os interesses no Médio Oriente
Ao longo das últimas duas décadas, a China tem surgido como um ator cada vez mais importante no Médio Oriente. Apesar de ser o seu maior consumidor de petróleo, a China está também a desempenhar um papel significativo na segurança e em questões diplomáticas na região.
No entanto, como consequência da guerra em Gaza, é possível que as relações da China com os principais países da região passem por um período de ajustamento, especialmente com Israel. É provável que Pequim continue a estabelecer relações com o Irão e com a Arábia Saudita, seguindo a sua posição como pacificador da região.
Outra preocupação de Pequim tem sido a possibilidade de um conflito regional entre o Irão e Israel, sendo o primeiro uma fonte de petróleo fundamental para a China. Na eventualidade de um conflito armado, estes fornecimentos poderiam ser interrompidos, se não mesmo completamente cortados, criando ainda mais problemas económicos no país.
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