Sábado – Pense por si

Bielorrússia extradita para Rússia homem cuja filha "desacreditou" ofensiva russa

Alexei Moskaliov, russo com 54 anos, havia fugido da prisão domiciliária pouco antes de o tribunal de Moscovo o condenar a dois anos de prisão por "desacreditar o exército russo", no contexto da ofensiva russa à Ucrânia.

A Bielorrússia extraditou hoje para a Rússia um homem condenado por "desacreditar o exército russo" após a sua filha ter feito um desenho de mísseis russos a atingir pessoas perto de uma bandeira ucraniana, disse uma ONG especializada.

Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin via REUTERS

Alexei Moskaliov, russo com 54 anos, havia fugido da prisão domiciliária pouco antes de o tribunal de Moscovo o condenar a dois anos de prisão por "desacreditar o exército russo", no contexto da ofensiva russa à Ucrânia.

Moskaliov despertou a atenção das autoridades russas no início de 2022 quando a sua filha, Maria, de 13 anos, fez na sala de aula um desenho de mísseis russos a atingir uma mulher e uma criança perto de uma bandeira ucraniana.

A menina, que tinha sido até então criada pelo pai, foi separada de Moskaliov e internada numa instituição estatal para menores, depois do diretor do estabelecimento escolar ter contactado as autoridades sobre o desenho.

As autoridades terão descoberto mensagens nas redes sociais nas quais Moskaliov criticava a ofensiva e que terão servido de justificação para o afastamento.

"Alexei Moskaliov foi extraditado da Bielorrússia para a Rússia", disse a organização russa OVD-info, especializada em monitorizar detenções.

O advogado de Moskaliov, Vladimir Bilienko, disse à agência noticiosa AFP que de momento desconhece o paradeiro do seu cliente.

Na semana passada, as autoridades russas disseram que a menina foi devolvida à mãe, com quem mantinha uma relação distante, e Moskaliov corre agora o risco de perder os direitos parentais durante o próximo julgamento marcado para 20 de abril.

Artigos Relacionados
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.