O ataque ocorreu na cidade ocidental de Essen no sábado, dia 29, para onde cerca de mil polícias foram destacados quando 50 mil manifestantes marcharam em direção ao congresso do partido Alternativa para a Alemanha.
Dois polícias foram hospitalizados após confrontos com manifestantes à porta do congresso do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) - partido de extrema-direita -, que se reuniu semanas após o resultado recorde das eleições para o Parlamento Europeu.
REUTERS/Christian Mang
As autoridades alemãs afirmaram que os dois agentes, um homem e uma mulher, que estavam a escoltar um político, ficaram gravemente feridos quando os manifestantes os pontapearam na cabeça após terem caído no chão e que tiveram de ser hospitalizados.
O ataque ocorreu na cidade ocidental de Essen no sábado, dia 29, para onde cerca de mil polícias foram destacados quando 50 mil manifestantes marcharam em direção ao congresso.
Outros sete polícias também ficaram ligeiramente feridos nos confrontos perto do salão Grugahalle. Os agressores conseguiram fugiram do local.
"Ocorreram várias ações violentas e perturbadoras no bairro de Rüttenscheid. Os manifestantes, alguns deles encapuzados, atacaram as forças de segurança", declarou a polícia de Essen, na rede social X. "Foram efetuadas várias detenções."
Um alto funcionário regional tinha avisado que "desordeiros de extrema-esquerda potencialmente violentos" poderiam estar entre os manifestantes. "Estamos aqui e vamos ficar", disse a co-presidente da AfD, Alice Weidel, abrindo o congresso, que começou com meia hora de atraso devido aos bloqueios nas ruas, enquanto era aplaudida continuamente. "Temos o direito, como todos os partidos políticos, de realizar um congresso."
Tanto Alice Weidel como o seu co-presidente, Tino Chrupalla, foram reeleitos para liderar o partido por mais dois anos. "Queremos governar, primeiro no leste [da Alemanha], depois no oeste e, em seguida, a nível federal", disse Tino Chrupalla aos cerca de 600 delegados.
Subida da extrema-direita
Tino Chrupalla afirmou ainda que, desde janeiro do ano passado, o número de membros do partido aumentou 60%, atingindo os 46 881 membros, entre os quais cerca de 22 mil aderiram ao partido e 4 mil abandonaram-no. "Apesar de todo o assédio que se tem de suportar como membro do AfD, este é um número absolutamente sensacional", disse o co-presidente na convenção.
No início de junho, o AfD obteve o seu melhor resultado nas eleições europeias desde a criação do partido, em 2013, ao obter 16% dos votos, ocupando o segundo lugar.
Com este resultado, ficou atrás do principal bloco conservador da oposição, a CDU/CSU - União Democrata-Cristã e a União Social-Cristã -, mas à frente dos sociais-democratas, o SPD - o partido do chanceler, Olaf Scholz - que está no poder à frente de uma coligação tripartida.
Impulsionado pelo aumento da imigração e pelo fraco desempenho da principal economia da Europa, o partido chegou a atingir 22% nas sondagens em janeiro. No entanto, o apoio ao partido enfraqueceu devido a uma série de escândalos que implicaram sobretudo o seu principal candidato às eleições europeias, Maximilian Krah.
"Acredito que o partido aprendeu muito nos últimos meses e será muito cuidadoso quando apresentar candidatos importantes no futuro", disse Alice Weidel, candidata à reeleição.
Maximilian Krah foi inicialmente acusado de ligações suspeitas à Rússia e à China, tendo provocado indignação generalizada ao dizer a um jornal italiano que nem todos os membros da famosa SS nazis eram "automaticamente criminosos".
Os comentários levaram a que a AfD fosse expulsa do grupo parlamentar europeu Identidade e Democracia, do qual faziam parte o Rali Nacional de França e a Liga de Itália.
Após as eleições europeias, a AfD expulsou Maximilian Krah da delegação que envia a Bruxelas, mas o partido Identidade e Família não parece disposto a readmitir o partido, deixando-o à procura de novos parceiros.
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