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Trump exige pena de morte para autores de homicídio em Washington

Luana Augusto 27 de agosto de 2025 às 08:24

Há 44 anos que não é executada nenhuma pena de morte em Washington. Este tipo de sentença foi abolido em 1981.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na terça-feira, durante uma reunião com os membros do governo, que planeia pedir a pena de morte para qualquer pessoa condenada por homicídio em Washington DC.
Trump quer pena de morte para homicídios em Washington, apesar da abolição em 1981 AP Photo/Evan Vucci
“Qualquer pessoa que assassinar alguém na capital, pena de morte, pena de morte, pena de morte. Se alguém matar alguém em Washington, vamos solicitar a pena de morte e essa é uma medida preventiva muito forte”, anunciou o republicano. “Todos os que ouviram isso concordam. Não sei se estamos prontos para isso neste país, mas não temos outra opção. Os estados terão que tomar a sua própria decisão, mas se alguém matar alguém em Washington, receberá pena de morte.” O presidente não deu, no entanto, detalhes sobre como pretende levar a cabo a aplicação da pena de morte na capital onde, além das inúmeras restrições que existem para a solicitar, foi abolida em 1981. Este tipo de sentença é legal em 27 estados, onde foi até estabelecido um recorde durante o primeiro mandato de Trump. Mas em Washington, há 44 anos que não é executada nenhuma pena de morte. Face a este anúncio, alguns opositores acusaram Donald Trump de estar a levar a cabo medidas cada vez mais repressivas e entre os críticos estão, por exemplo, os governadores de Maryland, Wes Moore, e de Illinois, J.B. Pritzker. Apesar disso, Trump reitera que não é "um ditador", embora "algumas pessoas preferissem" que o fosse se isso significasse que "o crime seria travado". Esta medida faz parte de um plano de Donald Trump para acabar com o crime na cidade de Washington. O republicano alega que há duas semanas esta "era a cidade mais perigosa do país" - apesar de os dados indicarem que os níveis de criminalidade estavam no seu ponto mais baixo em 30 anos - mas que graças às cerca de 1.500 detenções efetuadas é agora "uma das mais seguras do mundo". Agora, o presidente planeia enviar também a Guarda Nacional para as cidades de Baltimore e Chicago. O problema é que esta medida implica por lei uma autorização dos governadores, que já disseram não estar dispostos a dar. "Estou disposto a ir a Chicago, que tem um grande problema, mas temos um governador que nega admitir que há problemas", disse Donald Trump ao classificar a cidade como um "matadouro". "Em Baltimore, Wes Moore disse-me que quer caminhar com o presidente, mas primeiro terá de limpar o seu crime porque eu não vou caminhar por Baltimore agora mesmo. É um desastre infernal." Este anúncio chega também um dia depois de Trump ter assinado uma ordem executiva que criminaliza a queima da bandeira americana - uma ação que o Supremo Tribunal já havia decidido em 1989 estar protegida pela liberdade de expressão. Além disso, na terça-feira o republicano assinou também uma outra ordem executiva que permite o envio rápido da Guarda Nacional em caso de protestos.
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