Hamas liberta mais oito reféns israelitas
Hamas e Israel concordaram prolongar o cessar-fogo pelo sétimo dia, quando Israel recebeu de madrugada uma lista dos reféns que seriam libertados.
Oito reféns israelitas foram libertados esta quinta-feira pelo Hamas e entregues à Cruz Vermelha, em Gaza, na sequência de um acordo de última hora para prolongar as tréguas. Em troca, 30 palestinianos vão ser libertados, afirma o Qatar.
Israel identificou os reféns libertados como Mia Schem, de 21 anos, uma jovem franco-israelita raptada no festival de música no dia 7 de outubro em Israel, que foi mostrada num vídeo de 78 segundos difundido no canal Telegram do Hamas com o braço ferido, no mês passado; Amit Soussana, de 40 anos; Aisha Ziyadne, de 17 anos; Bilal Ziyadne, de 18 anos; Nili Margalit, de 40 anos; Shani Goren, de 29 anos; Sapir Cohen, de 29 anos e Ilana Gritzewsky, de 30 anos.
Numa mensagem publicada nas redes sociais, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Majed Al Ansari afirmou que os dois reféns russos libertados na quarta-feira foram incluídos na lista de hoje, contando assim os 10 reféns exigidos por Israel.
Imagens divulgadas pela Al Qahera News mostram Mia Schem e Amit Soussana, primeiras reféns libertadas, a serem retiradas de um veículo rodeado de militantes do Hamas, e recebidas pelos funcionários da Cruz Vermelha.
Issac Herzog, presidente israelita, apelou ao presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, para que utilize o seu peso político para ajudar a libertar os reféns detidos pelo Hamas em Gaza. Sublinhou que "a necessidade de atuar de todas as formas possíveis para libertar os reféns israelitas detidos pela organização terrorista assassina Hamas".
A reunião teve lugar à margem das negociações da ONU sobre o clima no Dubai, onde segundo a agência noticiosa estatal dos Emirados Árabes Unidos, os dois líderes discutiram as relações entre os seus países e questões de interesse mútuo.
Prolongar tréguas
Hamas e Israel concordaram à última hora prolongar o cessar-fogo pelo sétimo dia, quando Israel recebeu de madrugada uma lista dos reféns que seriam libertados, o que fez com que cancelassem os planos de combate para a manhã desta quinta-feira.
Estas tréguas puseram fim aos bombardeamentos e permitiram a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Vários reféns e prisioneiros foram libertados no âmbito deste cessar-fogo, tendo sido libertados 97 reféns, dos quais 70 mulheres e crianças israelitas e 27 estrangeiros.
Um funcionário israelita reiterou a posição de Israel de que concordaria num um dia extra de cessar-fogo pela libertação de cada grupo de 10 reféns. Em troca, seria libertado o triplo do número de prisioneiros palestinianos de cada vez.
Antony Blinken, secretário de Estados dos Estados Unidos, durante a sua terceira visita ao Médio Oriente desde o início da guerra afirmou que "estava a produzir resultados". Segundo as autoridades norte-americanas, Blinken também disse os israelitas para garantirem a segurança dos civis palestinianos quando recomeçar a guerra.
Mediadores egípcios e do Qatar estão também a trabalhar para negociar uma nova extensão do cessar-fogo por mais dois dias.
Pouco tempo depois da renovação das tréguas entrar em vigor, dois palestinianos abriram fogo numa paragem de autocarro à entrada de Jerusalém, matando pelo menos três pessoas.
O Hamas afirmou que os atacantes pertenciam aos seus militantes e reivindicou a responsabilidade pelo ataque em resposta "aos crimes de ocupação que matam crianças e mulheres em Gaza".
"Este acontecimento prova mais uma vez que não devemos mostrar fraqueza, que só devemos falar com o Hamas através da mira [de uma espingarda], só através da guerra", afirmou Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional de Israel.
As Forças de Defesa de Israel, que juraram aniquilar o Hamas em resposta ao ataque de 7 de outubro que matou mais de 1200 pessoas e fez 240 reféns, estão prontos para retomar os ataques "a qualquer hora".
Até ao cessar-fogo, Israel bombardeou o enclave durante sete semanas, tendo morrido mais de 15 mil habitantes, dos quais 40% eram crianças, segundo as autoridades de saúde palestinianas. Outros 6.500 estão desaparecidos.
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