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Macron irá ao Qatar para tentar trégua entre Israel e o Hamas

Presidente francês apelou a Israel que decida qual é o seu objetivo, porque acabar com o Hamas pode durar dez anos. Mais de 600 palestinianos morreram desde fim do cessar-fogo de sete dias.

O presidente de França, Emmanuel Macron, vai deslocar-se até ao Qatar para se juntar a conversações sobre novas tréguas entre Israel e o Hamas, depois de a última ter colapsado na sexta-feira, dia 1. 

REUTERS/Thaier Al Sudani

França está "muito preocupada" com o regresso da violência a Gaza, frisou o presidente francês no Dubai, onde se encontra no âmbito da cimeira pelo clima COP28. Macron defendeu que é preciso redobrar esforços para obter um cessar-fogo duradouro e a libertação de todos os reféns. 

"Estamos num ponto em que as autoridades israelitas devem definir precisamente o que querem e o objetivo final: a destruição total do Hamas, alguém pensa que é possível? Se for o caso, a guerra vai durar dez anos", lamentou. "Não há segurança duradoura para Israel na região se for alcançada à custa de vidas palestinianas e com o ressentimento da opinião pública na região. Temos que ser coletivamente lúcidos", pediu Emmanuel Macron. 

Em resposta a estas declarações, Israel afirmou que está a tentar salvaguardar os civis na luta contra o grupo terrorista Hamas. Porém, desde dia 1, já morreram 193 palestinianos e 650 ficaram feridos, após ataques de artilharia e por via aérea que têm atingido o sul da Faixa de Gaza. Antes da trégua, mais de 15 mil palestinianos tinham morrido. 

Uma equipa dos serviços secretos israelitas, a Mossad, esteve em Doha, Qatar, para conversar com os mediadores de forma a conseguir uma nova pausa nos combates em Gaza. Contudo, as conversações fracassaram. De acordo com o The New York Times, a trégua precedente fracassou porque os dois lados, Israel e Hamas, não concordaram acerca da libertação de reféns israelitas e prisioneiros palestinianos.

Israel ordenou entretanto a evacuação do sul da Faixa de Gaza, onde se refugiaram milhares de palestinianos depois de o norte ter sido a primeira zona atacada desde que o conflito se agudizou. Os palestinianos temem que se prepare uma incursão terrestre, e 2,2 milhões de pessoas ficam sem saber para onde ir. 

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