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Tiroteio no palácio do governo da Guiné-Bissau

Leonor Riso , Lusa 01 de fevereiro de 2022 às 14:57

No seu blogue, o jornalista António Aly Silva adianta que está em curso uma sublevação e que dentro do palácio, se encontram o presidente Umaro Sissoco, bem como o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam. 

O palácio do governo da Guiné-Bissau está cercado por militares e foram escutados tiros de bazuca e rajadas de metralhadora, avançao site Deutsche Welle.No seu blogue, o jornalista António Aly Silva adianta que está em curso uma sublevação e que dentro do palácio, se encontram o presidente Umaro Sissoco (na imagem), bem como o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam. 

Reuters

António Aly Silva afirma que existem vários feridos e que os atacantes não estão fardados. Em imagens enviadas àSÁBADO, vêem-se pessoas atingidas por tiros no chão. 


Segundo a Deutsche Welle, "vários membros do Governo e dirigentes também estão retidos no Palácio do Governo. Ninguém entra, nem sai". Estava a decorrer uma reunião do Conselho de Ministros.

De acordo com a agência Lusa, foi criado um perímetro de segurança ao redor do palácio pelos militares. Os civis não podem aproximar-se, nem carros. Perto do Palácio da Justiça está uma brigada de intervenção e vários militares e elementos das forças de segurança

A Guiné-Bissau tem vivido em grande instabilidade política há décadas. Desde 1974, quando o país se tornou independente depois do domínio de Portugal, ocorreram nove golpes ou tentativas de golpe de Estado. A economia baseia-se na exportação de cajus. 

Estes incidentes na capital guineense junto ao palácio governamental decorrem dias depois de uma remodelação do executivo, decidida pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, que foi contestada inicialmente pelo partido liderado pelo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam. Posteriormente, o líder do Governo disse que concordava com a remodelação feita.

As relações entre o chefe de Estado e do executivo têm sido marcadas nos últimos meses por um clima de tensão, agravada nos últimos meses de 2021 por causa de um avião Airbus A340, que o Governo mandou reter no aeroporto de Bissau, onde aterrou vindo da Gâmbia, com autorização presidencial.



Entre os governantes afastados na remodelação está o ex-secretário de Estado da Ordem Pública guineense Alfredo Malu, que disse que a sua saída está relacionada com a sua atuação no caso do avião retido no aeroporto de Bissau.

Nas declarações aos jornalistas, o ex-secretário de Estado sublinhou que o Presidente da República considerou que foi da sua autoria a ordem de inspeção ao aparelho por parte de uma equipa de peritos norte-americanos.

O primeiro-ministro começou por dizer que o aparelho tinha entrado no país de forma ilegal e que trazia a bordo carga suspeita, mas dias depois afirmou, perante os deputados no parlamento, que uma peritagem internacional, por si solicitada, concluiu que não se tratava disso, mas sem mais detalhes.

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