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Casa Branca tentou atrasar votação sobre divulgação de documentos de Epstein mas falhou

Luana Augusto 19 de novembro de 2025 às 19:16

Esforço desmoronou quando os senadores aprovaram a publicação dos documentos sobre Epstein. Espera-se de Trump assine esta quarta-feira o projeto.

A Casa Branca tentou discretamente pressionar os senadores a que obrigaria à divulgação dos arquivos sobre Jeffrey Epstein. A notícia é avançada esta quarta-feira pela agência de notícias Reuters, que cita duas fontes a par do assunto, e que refere que, no domingo, os principais assessores da Casa Branca concluíram que a sua campanha para impedir a votação havia fracassado e que teriam de mudar o foco da prevenção para o controle de danos.
Casa Branca tentou atrasar divulgação de documentos de Epstein, mas senadores aprovaram publicação AP Photo/Mark Schiefelbein
Segundo as mesmas fontes, os assessores da Casa Branca terão intensificado os seus esforços junto da liderança do Senado, para obter emendas ao projeto de lei da Câmara dos Representantes. No entanto, o esforço desmoronou na terça-feira, quando os senadores aprovaram a publicação dos documentos sobre Eptsein. "O presidente Trump nunca foi contra a divulgação dos arquivos de Epstein, pelo contrário, ele sempre foi contra os republicanos caírem na armadilha dos democratas, de falar sobre isso em vez de se concentrarem nos cortes de impostos históricos sancionados, no facto de nenhum imigrante ilegal ter entrado no nosso país nos últimos cinco meses", disse a porta-voz da Casa Branca, Abigail Jackson citada pela Reuters. A medida, aprovada pelo Senado, obriga agora o Departamento de Justiça dos Estados Unidos a divulgar os arquivos de investigação sobre Epstein - o agressor sexual que morreu na cadeira e que confraternizava com alguns homens mais influentes do país. A expectativa é que chegue à mesa de Donald Trump ainda esta quarta-feira e que o presidente assine o projeto.

Maioria dos republicanos acredita que estão a ser ocultadas informações

A polémica que visa Jeffrey Epstein está já a afetar o mandato de Donald Trump. Segundo a mais recente sondagem da Reuters/Ipsos, apenas 44% dos republicanos acredita que o presidente está a lidar bem com este caso. Enquanto isso, outros 60% acredita que o governo federal está a esconder informações sobre a morte de Epstein e 70% acredita que estão a ser ocultadas informação sobre os envolvidos nos crimes sexuais. Trump conviveu e frequentou festas com Epstein nas décadas de 1990 e 2000, antes do que o presidente diz ter sido um desentendimento entre ambos, e em 2008 Epstein declarou-se culpado de uma acusação de prostituição, tendo cumprido por isso 13 meses de prisão. Já em 2019, o Departamento de Justiça dos EUA acusou-o de tráfico sexual de menores, tendo Epstein se declarado inocente, antes de morrer na cadeia. Vários anos depois, muitos dos eleitores continuam a acreditar que o governo Trump cobriu os laços de Epstein com figuras poderosas e obscureceu os detalhes sobre a sua morte na prisão de Manhattan - que à altura foi considerado suicídio. O presidente negou, no entanto, qualquer irregularidade com o material de investigação. Ainda assim, os democratas conseguiram divulgar na semana passada um e-mail de Epstein, de 2019, que afirmava que Trump "sabia das meninas". Este documento acabou por aumentar ainda mais a frustração, quer dentro quer fora da Casa Branca. Esta semana, o presidente atacou até uma jornalista que o pressionou sobre o caso: chamou-a de uma "pessoa horrível"  e disse: "Cala a boca, porquinha"
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