Secções
Entrar

Biden condena Putin e diz que ele vai pagar. Mas mantém EUA longe do conflito

Diogo Barreto 02 de março de 2022 às 13:00

O presidente dos Estados Unidos afirmou que Putin está "mais isolado do que nunca" e garantiu que tropas americanas não irão lutar em solo ucraniano - mas defenderão todos os aliados da NATO.

Joe Biden anunciou esta terça-feira que os Estados Unidos não irão enviar tropas para ajudar a defender a Ucrânia da invasão russa, mas assegurou que todos os aliados da NATO podem contar com o auxílio norte-americano. E garantiu que Vladimir Putin irá sentir as consequências de ter invadido a Ucrânia: "Vai pagar o preço".

Reuters

No discurso sobre o Estado da União, o presidente norte-americano sublinhou que os Estados Unidos já contribuíram com mais de mil milhões de dólares (900 milhões de euros) em assistência direta à Ucrânia e essa torneira não se esgotou, já que Washington irá continuar a apoiar o povo ucraniano. No entanto, Biden garante que as tropas norte-americanas  "não entraram e não vão entrar em conflito direto com as forças russas no terreno ucraniano", apesar de terem sido enviados militares para países fronteiriços. O democrata confirmou a mobilização de tropas, aviões de combates e navios militares para proteger os países da NATO, incluindo Polónia, Roménia, Letónia, Lituânia e Estónia, de forma preventiva. "Caso Putin decida continuar a mover-se para oeste", em direção destes países, "os Estados Unidos e os aliados vão defender cada centímetro de território dos países da NATO", atirou Biden.

Biden bateu ainda o pé contra a invasão russa da Ucrânia, chamando "ditador" a Putin, considerando que este avançou com um "ataque premeditado e sem provocação à Ucrânia", baseando-se em mentiras para justificar esse mesmo avanço. "Ao longo da nossa história aprendemos esta lição: quando os ditadores não pagam um preço pela agressão, causam mais caos. Seguem em frente. E os custos e as ameaças para a América e o mundo continuam a aumentar", lembrou Biden, justificando as sanções que se acumulam contra o Kremlin desde a semana passada. As sanções apontam não apenas para a economia russa e a sua capacidade militar, mas também aos oligarcas russos, os ministros de Putin e ao próprio presidente russo. "Ele pensou que o Ocidente e a NATO não iam responder à invasão", considerou, acrescentando: "Mas estava errado e nós estávamos preparados", disse o presidente acrescentando que Putin está "mais isolado do que nunca".

Na terça-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, tinha também afirmado que a Aliança Atlântica "não procura um conflito com a Rússia" e não enviará nem soldados nem aviões para a Ucrânia, mas que não irá consentir que tropas russas ataquem parceiros da NATO.

Numa entrevista com a cadeia de televisão norte-americana CNN e a agência de notícias Reuters, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, disse ter pedido a Biden para, no seu discurso sobre o Estado da União, transmitir uma mensagem "forte e útil" sobre a invasão da Rússia e alertado o homólogo norte-americano para a necessidade de "travar o agressor" russo "o mais depressa possível.

Os dois dirigentes falaram ainda da "intensificação dos ataques russos contra locais usados por civis ucranianos", de acordo com uma mensagem de Zelensky na rede social Twitter.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela