Sábado – Pense por si

Como Angola dominou os bancos portugueses

O braço de ferro durou anos. Houve pressões, jogos de bastidores e muito dinheiro envolvido. Os milhões de Angola colocados na banca nunca tiveram uma origem bem definida: eram do Estado e de figuras poderosas do regime liderado por José Eduardo dos Santos. Estas são as histórias dos esquemas cruzados, offshores, lavagem de dinheiro e relações perigosas.

"Sr. Engº. Manuel Vicente, permita-me que lhe tome dois minutos para lhe transmitir nos seguintes quatro parágrafos alguns aspetos que muito gostaria fossem do seu conhecimento, num momento da maior relevância na minha vida profissional e pessoal, e para o qual, tenho bem presente, a confiança e intervenção do Sr. Engº. foi absolutamente determinante." No início deste email de 1 de março de 2012, Miguel Maya, que dois dias antes tomara posse como vice-presidente do BCP, destacava o "privilégio" que tivera em "poder privar com o Sr. Engº. e beneficiar dos seus ensinamentos ao longo dos últimos quatro anos", tanto no Conselho Geral, como na supervisão do banco. Entre os agradecimentos, Maya revelou-se "devedor da confiança e respeito" que nele "depositaram".

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Naufrágio da civilização

"O afundamento deles não começou no Canal; começou quando deixaram as suas casas. Talvez até tenha começado no dia em que se lhes meteu na cabeça a ideia de que tudo seria melhor noutro lugar, quando começaram a querer supermercados e abonos de família".