Quarenta anos de enologia fizeram de Osvaldo Amado uma das figuras maiores do vinho português. Com um largo histórico de consultorias para produtores de quase todas as regiões do País, o seu coração, ainda assim, sempre residiu na Bairrada, onde estabeleceu o seu projeto pessoal, a Casa dos Amados, e contribuiu para prestigiar a sua casta-rainha, a Baga.
Ainda que faça todos os tipos de vinhos, será provavelmente mais conhecido pelas suas bolhas - é, para alguns, o nosso maior vinificador de espumantes - e apesar de ser associado a vinhos de excelência que comandam grandes preços por garrafa (os Raríssimo, que podem chegar à centena de euros), trabalha também gamas do dia-a-dia, concebidas para democratizar o vinho de qualidade, sob o nome Todos.
É na interseção dessas vocações que são apresentados os espumantes Todos, que aliam a fineza e complexidade da Bairrada vinificada por Amado a um preço que permite um consumo mais abrangente. A gama é lançada em três referências - Blanc de Blanc, Blanc de Noir e Rosé -, todas classificadas como Bruto (ou seja, com pouco açúcar residual) e com preços entre os €6 e os €8.
O Blanc de Blanc, expressão que significa apenas "vinho branco de castas brancas" - neste caso, a mescla característica da Bairrada de Arinto, Bical, Maria Gomes e Cercial - é o mais elegante e direto do trio, com refinadas notas frutadas e de mel, arredondadas por uma textura crocante e boa persistência aromática.
O Blanc de Noir, espumante de 2017 da casta tinta Baga, começa a apresentar maior complexidade, com a efervescência a revelar as notas paradigmáticas de espumantes muito acima da sua gama de preços: confeitaria, brioche, cereais tostados e frutos secos, conferidos por um estágio prolongado de 4 anos sobre as borras finas da fermentação.
Por fim, o Rosé, também de Baga, é o resultado de uma vinificação pela simplicidade (uma boa ilustração da elasticidade da casta), enfatizando a frescura e as notas aromáticas exuberantes de frutos vermelhos maduros, bem como um bom volume de boca. Poderá representar, ainda assim, um gosto mais particular.