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Um vinho para o fim de semana: Todos, espumantes que cabem no bolso

De um dos mais destacados produtores de espumantes do País, chegam grandes espumantes que qualquer um pode apreciar.

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Edição de 5 a 11 de agosto
Um vinho para o fim de semana: Todos
Pedro Henrique Miranda 22 de fevereiro de 2025 às 10:00
Ernesto Fonseca

Quarenta anos de enologia fizeram de Osvaldo Amado uma das figuras maiores do vinho português. Com um largo histórico de consultorias para produtores de quase todas as regiões do País, o seu coração, ainda assim, sempre residiu na Bairrada, onde estabeleceu o seu projeto pessoal, a Casa dos Amados, e contribuiu para prestigiar a sua casta-rainha, a Baga.

Ainda que faça todos os tipos de vinhos, será provavelmente mais conhecido pelas suas bolhas - é, para alguns, o nosso maior vinificador de espumantes - e apesar de ser associado a vinhos de excelência que comandam grandes preços por garrafa (os Raríssimo, que podem chegar à centena de euros), trabalha também gamas do dia-a-dia, concebidas para democratizar o vinho de qualidade, sob o nome Todos.

É na interseção dessas vocações que são apresentados os espumantes Todos, que aliam a fineza e complexidade da Bairrada vinificada por Amado a um preço que permite um consumo mais abrangente. A gama é lançada em três referências - Blanc de Blanc, Blanc de Noir e Rosé -, todas classificadas como Bruto (ou seja, com pouco açúcar residual) e com preços entre os €6 e os €8.

O Blanc de Blanc, expressão que significa apenas "vinho branco de castas brancas" - neste caso, a mescla característica da Bairrada de Arinto, Bical, Maria Gomes e Cercial - é o mais elegante e direto do trio, com refinadas notas frutadas e de mel, arredondadas por uma textura crocante e boa persistência aromática.

O Blanc de Noir, espumante de 2017 da casta tinta Baga, começa a apresentar maior complexidade, com a efervescência a revelar as notas paradigmáticas de espumantes muito acima da sua gama de preços: confeitaria, brioche, cereais tostados e frutos secos, conferidos por um estágio prolongado de 4 anos sobre as borras finas da fermentação.

Por fim, o Rosé, também de Baga, é o resultado de uma vinificação pela simplicidade (uma boa ilustração da elasticidade da casta), enfatizando a frescura e as notas aromáticas exuberantes de frutos vermelhos maduros, bem como um bom volume de boca. Poderá representar, ainda assim, um gosto mais particular.

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