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Tesla vai a tribunal responder pela morte de condutores que viajavam em piloto automático

Márcia Sobral
Márcia Sobral 28 de agosto de 2023 às 17:30
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Marca promove sistema "piloto automático" e "condução totalmente autónoma" mas diz não ter "carros autónomos".

Dois homens, proprietários de automóveis da marca Tesla, morreram em 2019 enquanto conduziam os veículos em modo "piloto automático". Agora, a marca liderada por Elon Musk terá de responder em tribunal.

REUTERS/Elijah Nouvelage

A defesa dos condutores, de acordo com aReuters, alega que o sistema apresenta falhas e procura ligar o multimilionário aos acidentes, comprovando que foi o próprio a liderar as equipas que trabalharam no equipamento tecnológico.

O primeiro julgamento arranca já em setembro, no tribunal da Califórnia, e determinará se a morte de Micah Lee terá sido ou não causada por uma falha automóvel. O homem guiava em modo automático quando, sem que nada o fizesse prever, o carro se desviou da rota a mais de 100km/h, acabando por colidir com uma palmeira e explodir. Lee não sobreviveu ao acidente e os outros dois passageiros – um deles, uma criança – acabaram por ficar gravemente feridos.

O outro acidente ocorreu na Flórida, tendo o condutor Stephen Banner embatido num camião e morrido de forma instantânea. O carro não travou, reduziu a velocidade ou mudou de rota de forma a evitar a colisão.

Para as famílias das vítimas, a Tesla tinha conhecimento de que o sistema apresentava defeitos porém, a marca alega não ter "carros autónomos" apesar de os apresentar com os nomes "autopilot" ("piloto automático") e "full self-driving"("condução totalmente autónoma"). A empresa de Elon Musk defende que os modos dos seus veículos apenas são seguros "quando monitorizado por humanos" que devem sempre "prestar atenção à estrada e manter as mãos no volante".

Mas esta luta na justiça poderá ser ainda mais complexa para o futuro financeiro da empresa. A condução automática é vista como um ponto fundamental da Tesla e uma condenação poderá originar uma chuva de outros processos. Para evitar mais danos colaterais, na quarta-feira a marca apresentou um requerimento urgente no tribunal para tentar manter em segredo de justiça todo o caso.

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