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Rede social X é "terreno fértil" para aumento de discurso de ódio

Lusa 21 de outubro de 2025 às 13:31
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"A plataforma facilita a monetização de conteúdo antissemita e alcança milhões de visualizadores", começa por ler-se no estudo.

A rede social X tornou-se "terreno fértil" para o aumento de teorias da conspiração, discurso de ódio e desinformação sobre questões judaicas, alerta um estudo do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH, sigla em inglês).

Estudo alerta para aumento de discurso de ódio e teorias da conspiração no X
Estudo alerta para aumento de discurso de ódio e teorias da conspiração no X AP Photo/Darko Vojinovic

"O X tornou-se a plataforma preferida para publicações antissemitas. A plataforma facilita a monetização de conteúdo antissemita e alcança milhões de visualizadores", começa por ler-se no estudo.

Entre fevereiro de 2024 e janeiro deste ano, os investigadores recorreram a ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para analisar uma amostra de mais de 679.000 publicações que continham conteúdo antissemita e que "provavelmente violavam as políticas do X".

Este conjunto de publicações acumulou cerca de 193 milhões de visualizações, sendo que 59% foram categorizadas como teorias da conspiração e, apesar de representarem pouco mais da metade das publicações, foram, responsáveis por 73% dos 'likes'.

"As publicações que promovem conspirações antissemitas parecem ser mais propensas a gerar gostos e engajamento do que outras formas de conteúdo antissemita", afirmam os autores do estudo.

O conteúdo relacionado com o controlo ou poder judaico representam 30% da amostra, com 44% do total de 'likes' e visualizações.

Nesta perspetiva, "as pesquisas indicam que os adolescentes que utilizam intensamente as redes sociais são mais propensos a apoiar a conspiração do poder judaico", até porque o CCDH classificou a atual estrutura de moderação de conteúdos da rede social como insuficiente.

"A abordagem de moderação de conteúdo da plataforma, que o CCDH identificou anteriormente como insuficiente, não limitou efetivamente a disseminação do material odioso, sugerindo que o X está a falhar na aplicação das suas próprias políticas sobre antissemitismo", lê-se no estudo.

A organização revela que ao identificar as 300 publicações mais vistas, apenas quatro receberam uma 'Nota da Comunidade', representando pouco mais de 1%.

No total, as 300 publicações sem notas de contexto alcançaram 86 milhões de visualizações, enquanto as quatro publicações que receberam estas notas registaram 2,5 milhões de visualizações.

"Isto indica que as Notas da Comunidade ficaram visíveis apenas para 22% das visualizações dessas publicações", afirmam os investigadores.

Mesmo quando aplicadas, as notas de contexto não ficaram visíveis para mais de três quartos das visualizações, pelo que "o sistema não está a funcionar na velocidade ou no nível necessário para lidar com o alcance do conteúdo antissemita".

De todas as publicações identificadas como antissemitas, 10 "influenciadores antissemitas" individuais são responsáveis por 32% do total de 'likes'.

Os restantes 68% foram de 159.055 utilizadores, o que demonstra os níveis desproporcionais de influência que os dez principais têm.

Em julho, o modelo de IA do X, o Grok, compartilhou várias publicações antissemitas, ao mesmo tempo que parecia elogiar Hitler em publicações apagadas pouco tempo depois.

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