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PPP Douro Litoral: fundos abutre ganham mais de €275 milhões onde todos perderam muito

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 24 de julho de 2024 às 23:00

Como um consórcio de fundos dos Estados Unidos, especializados em comprar dívida a desconto e a reestruturar empresas, ganharam mais de €275 milhões na concessão da A31, da A42 e da A43, onde o Estado e a Brisa perderam uma fortuna.

O relatório da comissão de inquérito sobre as concessões rodoviárias (PPP) não deixava dúvidas em 2014 sobre a Autoestradas Douro Litoral (AEDL): “É financeiramente inviável para a concessionária tendo em conta os níveis de endividamento bancário, o que leva a Comissão a prever (…) encargos futuros para o Estado.” A previsão foi certeira. Os contribuintes ainda estão a pagar 290 milhões de euros e o banco público, a CGD, perdeu mais de 120 milhões. Mas os acionistas iniciais, com destaque para a Brisa, também perderam centenas de milhões e o controlo da concessão. Quem ganhou foi um consórcio de fundos-abutre dos EUA, que acaba de vender a AEDL com um lucro que fontes do mercado estimam acima de 275 milhões – um exemplo paradigmático de como este tipo de investidores agressivos aproveitou a má gestão e a crise.

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