Empresa detida agora pela mulher e os filhos do primeiro-ministro, Luís Montenegro, está no centro de um furacão político. Spinumviva revelou lista de clientes. Saiba quem são.
O que têm em comum a Solverde e o Colégio Luso Internacional do Porto (CLIP), dois dos clientes da Spinumviva, a empresa agora detida pela mulher e os dois filhos do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que tem estado no centro da crise política? A resposta é: Manuel Soares de Oliveira Violas.
O gestor é presidente do conselho de administração do CLIP e um dos donos da Violas SGPS, que controla a Solverde, dona dos casinos Espinho, Chaves, Vilamoura, Monte Gordo, Praia da Rocha (Algarve Casino) e Chaves e detém uma participação na Super Bock.
Luís Montenegro, no debate da moção de censura apresentada pelo Chega, admitiu ser amigo pessoal dos acionistas da empresa, os irmãos Manuel e Rita Violas, e prometeu impor a si próprio uma "inibição total de intervir em qualquer decisão" relacionada com a Solverde.
O CLIP, detido pela Violas SGPS, é uma escola privada dos ensinos pré-escolar, básico e secundário, que segue o programa curricular britânico e privilegia o uso da língua, apesar de ter equivalência pedagógica em Portugal.
Outro dos clientes da Spinumviva é a Lopes Barata – Consultoria e Gestão. A empresa tem como atividade o comércio por grosso de produtos farmacêuticos e outras atividades de consultoria para os negócios e a gestão. A empresa tem como principal acionista, Gustavo Carvalho Barata, o qual detém 95% do capital. A empresa foi fundada em 2016 e tem dois empregados. O seu sócio-gerente está ligado a mais de uma dezena de empresas que operam no setor imobiliário, casos da Labutanimada, Quinta do Vau e Saga da Brincadeira, entre outras.
Outro dos clientes da Spinumviva é a Ferpinta. O grupo descreve-se, no seu próprio site, com "um dos maiores e multifacetados grupos empresariais portugueses. Com investimento inicial na área do aço, cresceu e consolidou a sua presença internacional. A diversificação de investimentos foi sempre uma aposta da sua gestão empreendedora e, hoje, as suas áreas abrangem o setor dos equipamentos agrícolas e do turismo".
O grupo, fundado pelo comendador Fernando Pinho Teixeira, conta com unidades de produção e distribuição em Portugal, Espanha, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Costa do Marfim e República Democrática do Congo. É uma grande empresa com um volume de negócios superior a 250 milhões de euros
A Rádio Popular, que foi igualmente divulgada como cliente da Spinumviva, dedica-se ao comércio de artigos eletrónicos e eletrodomésticos. A empresa-mãe é a Edgar & Irmão, com sede no concelho de Vila Nova de Gaia e o presidente do conselho de administração é Ilídio Martins de Oliveira e Silva. A empresa tem 61 lojas.
A Spinumviva, num comunicado tornado público esta sexta-feira, 28 de fevereiro, e assinado por Hugo Montenegro, filho do primeiro-ministro, diz que "não é admissível que se ponha em causa a prestação destes serviços, os quais estão documentados e comprovados por contactos e rotinas que em muitos casos são diários", escreve Hugo Montenegro que considera que têm sido tecidas alegações injustas sobre o funcionamento da empresa.
"De resto, a prestação de serviços em causa é totalmente alheia a qualquer envolvimento político, razão pela qual se lamenta profundamente que uma relação puramente empresarial, seja agora afetada tão injustamente", acrescenta Hugo Montenegro.
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O Estado português falha. Os sucessivos governos do país, falham (ainda) mais, numa constante abstração e desnorte, alicerçados em estratégias de efeito superficial, improvisando sem planear.
A chave ainda funcionava perfeitamente. Entraram na cozinha onde tinham tomado milhares de pequenos-almoços, onde tinham discutido problemas dos filhos, onde tinham planeado férias que já pareciam de outras vidas.