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Jerónimo de Sousa diz que há quem critique greve mas não discute as causas

08 de dezembro de 2018 às 22:33
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PCP considera que se está "longe de ver resolvidos os muitos problemas acumulados por anos de política de direita de sucessivos governos e que foram muito agravados pela ofensiva do último Governo de PSD/CDS".

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse, este sábado, que há quem releve as consequências da luta e critique o recurso à greve, além de recusar discutir as causas, a ausência de respostas a problemas e a direitos não repostos.

"Realizamos esta nossa assembleia num momento em que a luta dos trabalhadores e das populações se intensifica exigindo melhores condições de trabalho e de vida", afirmou Jerónimo de Sousa, durante a Assembleia da Organização Regional de Vila Real do PCP.

Este mês vários sectores estão "em luta" e em greve, desde as escolas, hospitais, prisões, tribunais, passando pelos ferroviários e os bombeiros.

O secretário-geral do PCP afirmou que "há quem releve as consequências das lutas e critique o recurso à greve, mas não querem discutir as causas, a sua justeza, a ausência de respostas a problemas, a compromissos assumidos e não concretizados, a direitos que continuam a não ser repostos".

Estas lutas, nos vários sectores, comprovam, para Jerónimo de Sousa que, "apesar dos avanços conseguidos nestes últimos três anos", se está "longe de ver resolvidos os muitos problemas acumulados por anos de política de direita de sucessivos governos e que foram muito agravados pela ofensiva do último Governo de PSD/CDS".

"Lutas que se justificam quando se assiste, por parte do Governo minoritário do PS, ao arrastamento da resposta necessária a problemas que era possível resolver e se adiam", sublinhou.

E esses adiamentos acontecem porque, continuou, "permanece uma governação submetida aos interesses dos grandes grupos económicos, aos ditames e constrangimentos do euro, da União Europeia e da ditadura do défice".

Uma governação que está "amarrada a uma dívida insustentável, que não se quer renegociar e está a consumir uma parte substancial dos recursos financeiros que deveriam ser canalizados para a solução dos problemas do fraco investimento no desenvolvimento do país e para responder aos problemas dos trabalhadores e das populações", acrescentou.

"Sim, Portugal não tem ainda a política que precisa para por o país a avançar a sério e ultrapassar os problemas estruturais que se mantêm e, nalguns casos, se agravam à medida que se adia a verdadeira solução, a concretização de uma política patriótica e de esquerda", frisou.