NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Para que não lhe escape nada, todos os meses o Diretor da SÁBADO faz um resumo sobre o que de melhor aconteceu no mês anterior.
Numa conferência realizada na Web Summit, o antigo campeão mundial de xadrez e activista político acusou o presidente russo de usar a Internet como uma arma de guerra.
O antigo campeão mundial de xadrez e activista político Garry Kasparov alertou esta quarta-feira para a "indústria massiva de 'fake news' construída por Vladimir Putin", acusando o presidente russo de usar a internet como uma arma de guerra.
Numa conferência de imprensa realizada no âmbito da Web Summit, o conhecido opositor do presidente da Rússia salientou os avisos deixados ao longo dos últimos anos e considerou que, por força dessa "ameaça tecnológica", o "mundo está cada vez mais dividido e os valores estão a ser atacados" nas democracias ocidentais.
"É quase natural que qualquer governo autoritário use a tecnologia para estender o seu poder e a massiva indústria de 'fake news' que Putin construiu era esperada. Tenho de lhes dar crédito, porque construíram uma máquina de cibercrime que seduziu a Rússia e a Europa de leste, mas também os Estados Unidos da América", afirmou.
Lembrando o passado de Vladimir Putin como agente dos serviços secretos russos no KGB, Garry Kasparov defendeu que o atual líder da Rússia "percebeu que esta guerra tecnológica é uma guerra 'low cost'" muito eficaz, ao revelar-se capaz de "abalar os pilares da democracia" no 'mundo livre'.
"Nos EUA há um consenso quase total no governo [sobre a interferência russa nas eleições de 2016] com uma exceção notável no topo [o presidente Donald Trump]. E há alguma preocupação com estas eleições intercalares, onde os republicanos acabaram por ganhar todas as disputas mais renhidas. Já na Europa há países que apoiam abertamente a agenda separatista de Putin. Vejo pouca resistência na Europa".
O abuso de informação pessoal partilhada pelas pessoas na Internet, e mais concretamente nas redes sociais, foi igualmente abordado pelo ativista político russo, que deixou o país "há seis anos por não poder falar destas questões". Para Kasparov, esse abuso ocorre pelas empresas e pelos estados e é preciso encetar um processo de "higiene digital".
"É como lavar as mãos. Quando se trata de informação digital, as pessoas não prestam atenção. Não há almoços grátis. As pessoas pagam numa nova moeda: privacidade. Não há uma solução mágica para curar este problema. A minha preocupação é que olho para a União Europeia e para os EUA e os seus instrumentos de combate são para quem reside no 'mundo livre'. Mas o mundo está todo interligado e temos de trabalhar em soluções globais", vincou.
Paralelamente, o antigo campeão mundial de xadrez assumiu que o combate ao atual fenómeno de polarização social tem de passar também por uma maior vontade política, argumentando que multinacionais tecnológicas como Google e Facebook "cedem mais facilmente" à pressão de Rússia ou China do que a estados como a Alemanha ou os EUA.
Garry Kasparov alerta para "indústria massiva de 'fake news'" de Vladimir Putin
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.