O anúncio do inquérito sobre os produtos lácteos europeus ocorreu um dia depois de a Comissão Europeia ter ajustado as taxas punitivas propostas sobre as importações de veículos elétricos oriundos da China.
A China justificou esta quinta-feira a sua investigação 'antidumping' contra as importações de produtos lácteos da União Europeia, argumentando que foi iniciada "a pedido da indústria nacional chinesa" em resposta à "iniciativa precipitada" da Comissão Europeia sobre veículos elétricos chineses.
REUTERS/Florence Lo
"De acordo com a legislação chinesa e as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), as indústrias nacionais têm o direito de apresentar pedidos de medidas comerciais para salvaguardar a concorrência no mercado e os seus próprios direitos legítimos", disse o porta-voz do ministério do Comércio, He Yadong, em conferência de imprensa.
O porta-voz do Ministério do Comércio, He Yadong, disse que "foram iniciadas consultas prévias após a receção do pedido, em conformidade com os procedimentos legais", "analisando as provas apresentadas pelos requerentes". "O pedido dos empregadores chineses preenche as condições para a apresentação de um inquérito 'antidumping' (venda abaixo do custo de produção) e é por isso que está a ser feito", acrescentou.
De acordo com o porta-voz, o inquérito é "aberto e transparente" e tem por objetivo "proteger os direitos de todas as partes interessadas".
O anúncio do inquérito da China sobre os produtos lácteos europeus ocorreu um dia depois de a Comissão Europeia ter ajustado as taxas punitivas propostas sobre as importações de veículos elétricos oriundos da China. Os inquéritos da China centrar-se-ão nos produtos importados entre abril de 2023 e março de 2024 e nos "danos" que estas compras causaram ao setor chinês entre 2020 e 2024.
O processo analisará os produtos lácteos, como o queijo fresco, o requeijão e as natas, e os efeitos dos programas de subsídios aos produtos lácteos na Irlanda, Áustria, Bélgica, Itália, Croácia, Finlândia, Roménia e República Checa. De acordo com o pedido dos empregadores chineses, os produtos objeto de investigação receberam subsídios da UE e dos governos dos seus Estados-Membros, tendo algumas empresas de lacticínios da UE beneficiado de um total de 20 subsídios.
Em maio, a imprensa estatal chinesa previu possíveis retaliações contra as taxas europeias, incluindo investigações 'antidumping' sobre a carne de porco proveniente da Europa, que já se tornaram realidade, e contra os produtos lácteos. Em julho, Bruxelas propôs a imposição de taxas punitivas sobre os veículos elétricos chineses, considerando, após uma investigação de meses, que a sua penetração no mercado europeu prejudica os produtores da UE.
Na passada terça-feira, a Comissão Europeia ajustou a sua proposta de imposição de taxas sobre as importações de veículos elétricos chineses para a UE para 36,3%, contra o máximo de 37,6% proposto em julho.
A taxa máxima de 36,3% para combater estas práticas comerciais desleais, que será acrescentada à tarifa habitual de 10% sobre os veículos elétricos chineses, aplicar-se-á à empresa chinesa SAIC e a todas as empresas não incluídas nas investigações que não tenham cooperado com a investigação da UE.
Serão impostas taxas de 17% e 19,3% à BYD e à Geely, respetivamente. Estes valores são ligeiramente inferiores aos propostos em julho (17,4% e 19,9%), na sequência de uma correção dos cálculos durante a fase de consulta com as empresas.
Os fabricantes chineses que colaboraram no inquérito, mas que não foram incluídos no mesmo, serão sujeitos a uma taxa adicional de 21,3%, ligeiramente superior aos 20,8% sugeridos na primeira proposta de taxas.
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