A guerra comercial iniciada pelo executivo norte-americano, desde que Donald Trump regressou à Casa Branca, resultou em 145% de taxas alfandegárias adicionais sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos, e 125% decididas por Pequim, em retaliação sobre os bens provenientes dos Estados Unidos.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, admitiu esta quarta-feira, 23, que o nível atual de tarifas entre o país e a China não é sustentável, tendo referido que o Governo americano não apresentou nenhuma proposta unilateral de redução a Pequim.
Donald Trump, Xi JinpingReuters
"Penso que ambas as partes estão à espera de falar uma com a outra", afirmou Bessent, à margem de um evento em Washington.
"Ficaria surpreendido se essa conversa tivesse tido lugar", acrescentou o secretário do Tesouro, quando questionado sobre notícias na comunicação social americana, que davam conta de que a Casa Branca estaria a estudar uma proposta.
Scott Bessent afirmou ainda que os direitos aduaneiros exorbitantes em vigor teriam de ser reduzidos como condição prévia para quaisquer negociações.
"Não creio que nenhuma das partes considere que o atual nível de direitos aduaneiros seja sustentável, pelo que não me surpreenderia se fossem mutuamente reduzidos", afirmou.
A guerra comercial iniciada pelo executivo norte-americano, desde que Donald Trump regressou à Casa Branca, resultou em 145% de taxas alfandegárias adicionais sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos, e 125% decididas por Pequim, em retaliação sobre os bens provenientes dos Estados Unidos.
"Isto é o equivalente a um embargo e uma rutura nas relações comerciais entre os dois países não convém a ninguém", disse o responsável.
"Penso que é possível um desanuviamento de ambas as partes", acrescentou, fazendo eco de comentários feitos no dia anterior à porta fechada, mas transmitidos aos meios de comunicação social por uma fonte presente na sala.
Na terça-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os direitos aduaneiros sobre os produtos chineses seriam "substancialmente reduzidos", uma declaração que afetou positivamente os mercados financeiros.
"Existe uma oportunidade importante", afirmou Bessent durante o seu discurso no evento do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), onde referiu que, enquanto os Estados Unidos procuram reequilibrar a sua economia no sentido de uma maior produção e menor consumo, a China procura uma menor dependência do crescimento da indústria transformadora liderada pelas exportações e um reequilíbrio no sentido do consumo interno.
No entanto, salientou, de acordo com dados recentes, a economia chinesa está a afastar-se cada vez mais do consumo e a orientar-se para a indústria transformadora, pelo que o sistema económico chinês, com um crescimento impulsionado pelas exportações da indústria transformadora, "continuará a criar desequilíbrios ainda mais graves" se se mantiver "o 'status quo' [estado atual]".
"É um modelo insustentável que não prejudica apenas a China, mas o mundo inteiro", afirmou, insistindo que a China precisa de mudar.
A bolsa em Wall Street seguia hoje em alta, com as notícias de que as tarifas poderiam ser reduzidas e depois de Trump ter dito que não tinha intenção de despedir o presidente da Reserva Federal americana (Fed), Jerome Powell, que criticou nas últimas semanas.
Pelas 19:28 (hora de Lisboa), o Dow Jones avançava 1,23%, o Nasdaq subia 2,99% e o S&P 500 registava uma valorização de 2,16%.
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