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Síndrome pós covid pode causar perda de cabelo, menor libido e disfunção erétil

Márcia Sobral
Márcia Sobral 27 de julho de 2022 às 17:56
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Um estudo desenvolvido no Reino Unido e publicado na revista Nature Medicine identificou mais 62 sintomas associados à condição pós covid-19.

No Reino Unido, cerca de 2 milhões de pessoas continuam a apresentar sintomas depois de terem contraído o coronavírus. Os sintomas da "condição pós covid-19" - o nome adotado pela Direção-Geral da Saúde para o termo "long covid" – estão descritos e podem passar pela sensação de fadiga, falta de ar, perda de olfato ou paladar, dificuldade na execução de tarefas do dia-a-dia e na capacidade de trabalho.

Mas agora, um estudo publicado na revista Nature Medicine identificou mais 62 sintomas associados à doença. Para o trabalho foi avaliada a situação clínica de 450 mil ingleses infetados e mais 1.9 milhões de pessoas sem histórico de doença, entre janeiro de 2020 e abril de 2021. 

Com o estudo, foi possível concluir que após 12 semanas da infeção, várias pessoas indicaram que apresentavam sintomas menos conhecidos como a perda de cabelo, redução da libido, dor no peito, febre, incontinência intestinal, disfunção erétil e inchaço dos membros.

Perante os resultados, os investigadores acreditam que o síndrome pós covid-19 está diretamente ligado a um grupo de condições específicas, com vários sintomas, mas conseguiram dividir estes casos em três grupos:

  • 80% dos inquiridos apresentou um amplo espetro de sintomas (principalmente fadiga e dor de cabeça);
  • 15% apresentou problemas cognitivos e associados à saúde mental (como depressões, ansiedade, insónias e episódios de confusão);
  • 5% relatou problemas respiratórios, falta de ar, tosse e dores de peito;

Este estudo vem assim confirmar que o leque de consequências causadas pelo SARS-Cov-2 é muito amplo e poderá não estar diretamente associado a fatores externos ou condições de saúde pré-existentes.

Ainda assim, a comunidade médica defende que é essencial desenvolver mais estudos para perceber os impactos da doença a longo termo, de forma a dar mais qualidade de vida aos doentes e a criar serviços de saúde personalizados e individualizados nas unidades hospitalares.

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