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Os alimentos que parecem ser saudáveis

Susana Lúcio
Susana Lúcio 04 de fevereiro de 2024 às 10:00

Têm cereais integrais, são ricos em proteína e até incluem vegetais que são essenciais à boa saúde do intestino. Mas são, na verdade, produtos ultraprocessados.

São baratos, saborosos e convenientes, mas prejudiciais à saúde. “Não há ultraprocessados saudáveis”, garante à SÁBADO a nutricionista Isabel Pedroso Silva. Vários estudos relacionam o seu consumo com doenças crónicas como hipertensão, obesidade e doenças cardiovasculares. “Alteram a microbiota intestinal, o que leva à inflamação”, explica a nutricionista. Ainda assim, são cada vez mais consumidos. “Cerca de 10% do total energético consumido pela população em geral provêm de alimentos ultraprocessados”, diz Sofia Vilela, investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto. “Mais grave: nas crianças o total energético atinge os 22%.”E o que são ultraprocessados? Se está a pensar em batatas fritas e refrigerantes, está correto. Mas também há produtos que parecem saudáveis. “É fundamental olhar para a lista de ingredientes no rótulo: se não conseguimos identificar alguns dos ingredientes é porque é um ultraprocessado”, diz Sofia Vilela. São produtos criados pela indústria para serem irresistíveis. “São ricos em gordura e hidratos de carbono, uma combinação rara na natureza, que não sacia e que leva ao aumento do consumo”, acrescenta.

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