Marco Cavaleri, diretor do departamento de Estratégia de Vacinação e Ameaças à Saúde da Agência Europeia do Medicamento, considera a revisão das faixas etárias a que é administrada a vacina.
Membro da EMA admite relação entre vacina da AstraZeneca e coágulos
"Penso que de qualquer maneira o podemos dizer, é claro que existe uma relação com a vacina" da AstraZeneca e Oxford e "os casos de coágulos de sangue associados a um baixo número de plaquetas". As palavras são de Marco Cavaleri, diretor do departamento de Estratégia de Vacinação e Ameaças à Saúde da Agência Europeia do Medicamento (EMA). "O que causa esta relação, porém, ainda não o sabemos. Estas tromboses cerebrais com carência de plaquetas parecem ser o acontecimento principal que deve ser aprofundado. Em síntese: nas próximas horas diremos que existe uma relação, como é que acontece ainda temos que perceber."
Pieter Stam de Jonge / ANP / AFP
Em entrevista ao jornal italiano Il Messaggero, Cavaleri garante que a relação risco-benefício continua a favor da vacina da AstraZeneca. Até quinta-feira, dia 8, espera-se nova atualização da EMA sobre a vacina da AstraZeneca.
Cavaleri mencionou que a análise da EMA será demorada: "O nosso percurso de avaliação está longe de ser concluído." Como hipótese, o diretor indicou que deverão ser feitas avaliações em função das "diversas faixas etárias".
As mulheres jovens, "muitas vezes protagonistas dos casos de trombose, sofrem menos o efeito da covid, devemos avaliar a relação entre o risco e benefício para elas", explicou. Porém, "também as jovens mulheres acabam em unidades de cuidados intensivos devido à covid, por isso é preciso um trabalho muito meticuloso".
Segundo Cavaleri, os efeitos adversos são detetados sobretudo em pessoas com menos de 50 anos de idade. Também foram encontrados casos entre os 50 e 60 anos de idade, e 20% dos casos deram-se entre homens. A idade média situa-se entre os 45 e 47 anos.
"Nas próximas horas diremos que existe uma ligação", mas "como é que ocorre ainda temos que entender", frisou.
Pierpaolo Sileri, vice-secretário da Saúde de Itália, indicou à Radio24 que "é possível, por maior precaução, que a Agência Europeia do Medicamento indique que para uma determinada categoria é melhor não utilizar a vacina da Astrazeneca", o que já aconteceu com "muitos outros meduicamentos".
A vacina "foi usada num número extremamente alto de pessoas, enquanto os eventos de trombose raros assinalados são pouquíssimos", frisou.
Alguns países europeus suspenderam a administração da vacina da AstraZeneca ou não a estão a dar a pessoas com menos de 60 anos, visto que os casos de efeitos adversos se verificaram sobretudo em pessoas com menos de 55 anos, a maioria mulheres.
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