Cientistas alemães e noruegueses sugeriram hipóteses para surgimento de coágulos sanguíneos.
Uma pessoa morreu e outra ficou gravemente doente devido a coágulos sanguíneos e hemorragias cerebrais na Dinamarca depois de receberem a vacina da AstraZeneca contra a covid-19, indicaram as autoridades de saúde do país.
REUTERS/Dado Ruvic
As duas pessoas, ambas profissionais de saúde num hospital, tinham recebido a vacina da AstraZeneca menos de 14 dias antes de ficarem doentes, revelou o organismo que dirige os hospitais públicos de Copenhaga. A Agência do Medicamento da Dinamarca confirmou ter recebido "dois relatos graves", sem dar mais detalhes. Não se sabe quando é que as duas pessoas ficaram doentes.
A 11 de março, a Dinamarca suspendeu o uso da vacina da AstraZeneca após registos de coágulos sanguíneos em vacinados. Alguns países que tomaram a mesma decisão, como Alemanha, França e Portugal reverteram essa decisão depois de a Agência Europeia do Medicamento ter investigado os casos e garantido que os benefícios da vacina superam os riscos.
Mas a Dinamarca, bem como a Suécia e a Noruega, decidiram no dia 19 de março precisar de mais tempo para decidir se vão usar a vacina.
"Damos importância aos relatos de suspeitas de efeitos secundários como estes e examinamo-los com cuidado para avaliar se existe uma possível ligação à vacina", explicou Tanja Erichsen, diretora do departamento de Farmacovigilância da Agência Dinamarquesa do Medicamento. "Estamos a lidar com os dois casos em específico."
Emer Cooke, diretora da Agência Europeia do Medicamento (EMA), disse na quinta-feira, dia 18 que o regulador não podia deixar de parte definitivamente uma ligação entre incidentes com coágulos sanguíneos e a vacina na sua investigação aos 30 casos suspeitos reportados.
Mas disse que a conclusão "clara" da investigação era que os benefícios da vacina, ao proteger as pessoas do risco de morte ou hospitalização, superam os possíveis riscos. O assunto merece maior análise, segundo a EMA.
A AstraZeneca desenvolveu a vacina em conjunto com a Universidade de Oxford. A empresa frisou que uma análise a mais de 17 milhões de pessoas que receberam a vacina no Reino Unido e na União Europeia não demonstrou provas de um maior risco de coágulos sanguíneos.
Este sábado, a empresa não comentou à Reuters os dois casos registados na Dinamarca, tendo-se referido a um comunicado emitido na quinta-feira, depois da decisão da EMA: "A segurança da vacina é de importância extrema e acolhemos as decisões do regulador que afirmam o benefício esmagador da nossa vacina para travar a pandemia. Confiamos que, depois das decisões cuidadosas do regulador, as vacinas possam recomeçar em toda a Europa."
Podem os coágulos sanguíneos estar relacionados com resposta do sistema imunitário?
Na Alemanha e na Noruega, onde foram relatados alguns casos de coágulos sanguíneos, cientistas lançaram a hipótese de que a vacina pode estar a suscitar uma resposta imunitária em que o corpo produz anticorpos que podem resultar em coágulos sanguíneos.
Paal Andre Holme, do hospital universitário de Oslo, na Noruega (onde foram tratados três profissionais de saúde com coágulos sanguíneos graves depois de terem recebido a vacina), disse em conferência de imprensa que "fizemos descobertas" que podiam "explicar a progressão clínica dos nossos pacientes".
Holme avisou que as descobertas eram preliminares. "Este é só o início de toda a investigação que está a ser feita", indicou. Não divulgou dados que apoiassem a sua hipótese.
Uma equipa de investigadores alemães na clínica da Universidade de Greifswald chegaram a uma conclusão semelhante.
Se estas hipóteses forem confirmadas, pode haver uma maneira de tratar a doença.
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