"Foi efetivamente o período de maior confinamento que permitiu o cumprimento da legislação, não estando assim os problemas estruturais de poluição pelo tráfego rodoviário resolvido", refere associação Zero.
A Avenida da Liberdade, em Lisboa, atingiu pela primeira vez o valor-limite anual de dióxido de azoto, em 2020, devido ao confinamento, no âmbito da pandemia, verificando uma redução de 28% da concentração média, segundo a associação ambientalista Zero.
Numa análise publicada esta terça-feira, a associação ambientalista referiu que a concentração média anual de dióxido de azoto (NO2) na Avenida da Liberdade passou de 54,6 microgramas por metro cúbico (µg/m³) em 2019 para 39,6 µg/m³ em 2020, cercando-se do valor limite anual de 40 µg/m³.
Segundo a Zero, aquela que é uma das principais avenidas da cidade Lisboa "habitualmente apresenta as concentrações mais elevadas e acima do valor-limite anual".
"Depois de vários recordes associados a uma excelente qualidade do ar, aquando das medidas mais restritivas de confinamento, onde a redução da concentração de dióxido de azoto na Avenida da Liberdade atingiu 57% (entre 13 de março e 03 de maio) por comparação com a média de 2018-2019 para o mesmo período, seria de esperar que a média anual de reduzisse significativamente, o que viria a acontecer, ficando à beira, mas abaixo do valor-limite", realçou a organização.
A Zero salientou ainda que, entre setembro e dezembro de 2020, os valores médios mensais foram "sempre superiores ao valor-limite anual", apesar de representarem uma redução global de 29% em relação ao mesmo período de 2018/19.
"Foi efetivamente o período de maior confinamento que permitiu o cumprimento da legislação, não estando assim os problemas estruturais de poluição pelo tráfego rodoviário resolvido", ressalvou.
Em Lisboa, foi analisada a concentração de dióxido de azoto em três estações de monitorização em zonas de tráfego (Avenida da Liberdade, Entrecampos e Santa Cruz de Benfica) e nas estações de fundo urbano (Beato, Olivais e Restelo).
Os dados foram recolhidos pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo e disponibilizados através do sítio da Internet QualAr (https://qualar.apambiente.pt/).
"Da análise sobressai que todas as estações de monitorização cumpriram pela primeira vez os valores-limite deste poluente, em vigor desde 2010, inclusive", destacou a Zero, acrescentando que também os valores-limite das partículas inaláveis (PM10) "foram cumpridos em todas as estações de monitorização".
No comunicado, a Zero fez ainda referência aos valores-limite de dióxido de azoto no Porto e em Braga, que apresentaram resultados superiores ao limite anual de 40 µg/m³.
"No caso da estação no Porto, a média anual foi de 66 µg/m³, tendo-se igualmente ultrapassado o número máximo de 18 horas durante o ano com concentrações superiores a 200 µg/m³. Em Braga, o valor da média anual foi de 42 µg/m³", apontou a associação, explicando que vê a eficiência de recolha de dados pelas estações "com bastante preocupação".
A Zero analisou duas estações de monitorização em zonas de tráfego no Porto (Praça Francisco Sá Carneiro) e em Braga (Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires).
"Uma situação que vemos com bastante preocupação é a eficiência de recolha de dados pelas estações. A legislação exige 90% de eficiência. Na estação da Praça Francisco Sá Carneiro, no Porto, a eficiência foi de 72% e em Braga, na Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires, foi de 61%", indicou a associação ambientalista.
A Zero exigiu ainda medidas por parte das câmaras municipais, no sentido de "assegurar a salvaguarda da saúde pública" de quem habita e trabalha nas cidades.
No caso de Lisboa, a associação apelou "para a capacidade de se implementar de forma progressiva um conjunto de medidas que consigam no futuro garantir o cumprimento da legislação e melhorem a qualidade de vida numa das áreas mais nobres da cidade".
"A par da construção de ciclovias que tem vindo a ter lugar, é absolutamente crucial que a Câmara Municipal de Lisboa aumente o nível de ambição das Zonas de Emissões Reduzidas e crie a Zona de Emissões Reduzidas (Avenida-Baixa-Chiado) que implica uma forte redução de tráfego e emissões", esclareceu.
Em relação as cidades do Porto e de Braga, a organização considerou ser "fundamental reduzir e/ou regular o tráfego rodoviário nas zonas afetadas por elevados níveis de poluição, limitando a passagem de veículos mais antigos ou avaliando outras medidas que permitam reduzir as concentrações".
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
"O cachecol é uma herança de família," contrapôs a advogada de Beatriz. "Quando o casamento terminou, os objetos sentimentais da família Sousa deveriam ter regressado à família."
O senhor Dr. Durão Barroso teve, enquanto primeiro-ministro, a oportunidade, de pôr as mãos na massa da desgraça nacional e transformá-la em ouro. Tantas capacidades, e afinal, nestum sem figos.
Frank Caprio praticava uma justiça humanista, prática, que partia da complexa realidade. Por isso, era conhecido ora como "o juiz mais gentil do mundo", ora como “o melhor juiz do mundo”.
É de uma ironia cruel que as pessoas acabem por votar naqueles que estão apostados em destruir o Estado Social. Por isso mesmo, são responsáveis pela perda de rendimentos e de qualidade de vida da grande maioria dos portugueses e das portuguesas.