Sábado – Pense por si

Gripe das aves afetou mais de 60 espécies de mamíferos desde 2016 incluindo cães e gatos

Lusa 09 de janeiro de 2025 às 08:58
As mais lidas

A infeção de mamíferos acontece ocasionalmente, através da ingestão de aves infetadas e da exposição a ambiente contaminados.

A gripe das aves, detetada esta semana numa exploração de galinhas poedeiras em Sintra, já afetou mais de 60 espécies de mamíferos em oito anos, incluindo cães, gatos, leões e porcos, revelou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

Entre 2016 e 2024, a lista de espécies de mamíferos onde se detetou a infeção pelo vírus da gripe aviária somou cerca de seis dezenas, em países como os Estados Unidos, Japão, Vietname, Finlândia, Suécia, Canadá, Espanha, Noruega, Brasil, Peru ou Rússia.

Desta listagem, divulgada pela DGAV, fazem parte espécies como o gato (França, EUA, Canadá, Coreia do Sul, Hungria, Polónia e Itália), o cão (China), o porco (Itália, EUA e França) e o furão (Eslovénia, Bélgica e Polónia).

Alguns animais selvagens também já foram afetados, como o leão (Peru e Vietname), o lince-pardo (EUA), o urso-negro (EUA e Canadá) ou o tigre (EUA e Vietname).

O vírus da gripe das aves infetou ainda, no período em análise, mamíferos marinhos, onde se inclui a foca-comum (Alemanha, Dinamarca e Reino Unido), a foca-cinzenta (Polónia, Suécia e Reino Unido), o golfinho-comum (Peru e Reino Unido), o golfinho-chileno (Chile), o golfinho-de-laterais-brancas-do-Atlântico (Canadá), o leão-marinho-do-sul (Argentina, Brasil, Peru, Uruguai e Chile), a morsa (Noruega) ou o lobo-marinho-do-Norte (Rússia).

A lista inclui também espécies menos conhecidas, como o tanuki (Japão), o cachorro-vinagre (Reino Unido), o tourão (Países Baixos e Bélgica), o coati (Alemanha e Uruguai) e o rato-veado (EUA).

A infeção de mamíferos acontece ocasionalmente, através da ingestão de aves infetadas e da exposição a ambiente contaminados.

No caso dos animais de companhia, nomeadamente cães e gatos, os casos deveram-se a contactos com aves domésticas infetadas. Alguns animais não apresentaram sintomas.

Mais de 840 focos de gripe das aves foram detetados na Europa, entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, sobretudo na Hungria e em Itália.

Destes, 452 foram em aves selvagens, 309 em aves de capoeira e 81 em aves em cativeiro.

Portugal comunicou quatro focos, três em aves selvagens e um em aves de capoeira. O vírus não se transmite através do consumo da carne.

Em Portugal, a gripe das aves foi detetada numa exploração de galinhas poedeiras em Sintra, Lisboa, tendo sido aplicadas medidas de controlo e erradicação, anunciou, na segunda-feira, a DGAV.

No mesmo dia, a Direção-Geral da Saúde (DGS) esclareceu que, até à data, não tinham sido identificadas pessoas com sintomas ou sinais sugestivos de infeção por este vírus (H5N1).

A transmissão do vírus para humanos acontece raramente, tendo sido reportados casos esporádicos em todo o mundo.

Contudo, quando ocorre, a infeção pode levar a um quadro clínico grave.

A transmissão ocorre, sobretudo, através do contacto com animais infetados ou com tecidos, penas, excrementos ou inalação de vírus por contacto com animais infetados ou ambientes contaminados.

Na sequência deste caso, Macau e Hong Kong proibiram a importação de frango a partir de Lisboa.

Já tinham sido confirmados em Portugal, na corrente época epidemiológica, três casos de infeção pelo vírus da gripe aviária de alta patogenicidade em aves selvagens, nomeadamente numa gaivota-de-patas-amarelas, em Quarteira, Loulé, numa gaivota-de-asa-escura, em São Jacinto, Aveiro, e numa gaivota-de-patas-amarelas em Olhão, Faro.

Também esta semana, as autoridades de Saúde do Luisiana, nos Estados Unidos, informaram que foi confirmada a primeira morte pelo vírus da gripe aviária nos EUA.

REUTERS/Luc Gnago/File Photo
Artigos Relacionados
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.

Visto de Bruxelas

Cinco para a meia-noite

Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.