Sábado – Pense por si

Papa diz que pena de morte não é solução para a violência

"Os Estados deveriam concentrar-se em dar aos prisioneiros a oportunidade de mudarem verdadeiramente as suas vidas, em vez de investirem dinheiro e recursos na sua execução, como se fossem seres humanos que já não merecem viver e que devem ser eliminados", afirmou Francisco.

A pena de morte "não é, de modo algum, uma solução para a violência que pode atingir pessoas inocentes", escreveu o Papa Francisco no prefácio de um livro, citado pela agência ANSA.

Vatican Media/­Handout via REUTERS

Segundo o texto do pontífice, que prefacia o livro divulgado este domingoUm cristão no corredor da morte: o meu compromisso com os condenados, de Dale Recinella, "as execuções capitais, longe de trazerem justiça, alimentam um sentimento de vingança que se torna um veneno perigoso para o corpo das nossas sociedades civis".

"Os Estados deveriam concentrar-se em dar aos prisioneiros a oportunidade de mudarem verdadeiramente as suas vidas, em vez de investirem dinheiro e recursos na sua execução, como se fossem seres humanos que já não merecem viver e que devem ser eliminados", disse o Papa.

No livro que será publicado na próxima terça-feira, Recinella, de 72 anos, antigo advogado de sucesso em Wall Street, fala do seu trabalho desde 1998 como capelão que ajuda os reclusos no corredor da morte na Florida.

Segundo o Papa, "o Jubileu deve comprometer todos os crentes a pedir coletivamente a abolição da pena de morte, uma prática que, como afirma o Catecismo da Igreja Católica, é inadmissível porque atenta contra a inviolabilidade e a dignidade da pessoa".

Segundo a agência Efe, o pontífice recorda ainda que "esta infinita misericórdia divina pode também escandalizar, como escandalizou muita gente no tempo de Jesus", mas "que o amor de Deus não tem limites nem medida".

"Nem mesmo o mais vil dos nossos pecados desfigura a nossa identidade aos olhos de Deus: continuamos a ser seus filhos, amados por Ele, guardados por Ele e considerados preciosos", rematou. 

Artigos Relacionados
A lagartixa e o jacaré

Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.