Depois de os Estados Unidos estarem de volta ao plástico, Susana Fonseca, vice-presidente da ZERO, explica que as palhinhas de papel também estão longe do ideal: "Temos de deixar de uma vez por todas de utilizar materiais de utilização única".
"O plástico está de volta", afirmou Donald Trump quando anunciou que iria reverter uma ordem assinada por Joe Biden que eliminava gradualmente a utilização de palhinhas de plástico até 2027.
Alexandre Azevedo/Sábado
Se pode ser verdade que as palhinhas de papel "não funcionam", conforme também referiu na sua rede social Truth Social, será que não há nenhuma opção que seja mais amiga do ambiente? Susana Fonseca, vice-presidente da ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável, explica à SÁBADO que a política da associação passa por "não ser apologista da substituição de materiais, mas sim da redução".
Isto é especialmente importante no caso das palhinhas porque "a generalidade das pessoas não precisa de utilizar palhinhas, com exceção de crianças ou de pessoas que tenham algumas dificuldades em alimentar-se devido a problemas de saúde, deveríamos deixar de utilizá-las totalmente": "Temos de deixar de uma vez por todas de utilizar materiais de utilização única", reforça.
Mesmos nos casos em que as palhinhas são necessárias, Susana Fonseca, recorda que "já existem opções reutilizáveis, como as palhinhas de aço, que podem ser lavadas e desinfetadas para suprir essas necessidades". A vice-presidente da ZERO sugere até que "em todos os estabelecimentos só deveriam ser facultadas palhinhas se fossem pedidas pelos clientes" e mesmo aí "poderia haver um custo associado", sendo "um incentivo para fazermos as coisas de uma forma diferente".
Mais de 90% dos plásticos são derivados de combustíveis fósseis que, quando queimados, libertam grandes quantidades de dióxido de carbono para a atmosfera e potencializam as alterações climáticas, refere o relatório emitido pelo governo de Biden que originou a proibição das palhinhas de plástico decretada no verão passado.
Trump considerou a proibição como uma "campanha irracional contra as palhinhas de plástico", garantindo: "É uma situação ridícula". Ainda não tinha sido possível estudar o impacto da medida do governo Biden, mas a realidade é que apesar da regulamentação europeia para a proibição de plásticos de utilização única, em 2023 as palhinhas deste material continuavam a ser um dos itens mais encontrados pelo International Coastal Cleanup, uma iniciativa global pela remoção de plástico nas praias.
Só nos Estados Unidos mais de 390 milhões de palhinhas são utilizadas diariamente, a maioria delas têm um período de vida útil de menos de 30 minutos, segundo o grupo Straws Turtle Island Restoration Network, e demoram cerca de 200 anos a decompor-se. Existindo ainda o perigo, quando não são devidamente tratadas, de serem consumidas por tartarugas e outros animais marinhos, uma vez que se degradam em microplásticos.
Em Portugal, a venda de produtos de plástico de utilização única, como cotonetes, palhinhas, pratos e talheres de plástico é proibida desde novembro de 2021. Antes disso, já a União Europeia tinha emitido uma diretiva, em 2019, para a "redução do impacto de produtos de plástico de utilização única".
A maioria das embalagens que continham palhinhas de plástico passaram a trazer uma palhinha de papel, embrulhada em plástico, o que Susana Fonseca não considera que tenha sido a transformação mais amiga do ambiente, uma vez que "os pacotes poderiam ter sido reformulados para não ser necessária a utilização de palhinhas": "Se fossem embalagens com tampas, acabávamos com a utilização de palhinhas e as tampas poderiam ser enviadas para iniciativas de solidariedade".
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