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O que se sabe da operação policial que visou Nininho Vaz Maia?

Apesar de ter sido constituído arguido numa operação de combate ao tráfico de droga, Nininho Vaz Maia ainda não cancelou a agenda de concertos. Os dois detidos foram libertados após o interrogatório judicial.

Na terça-feira, 6 de maio, Nininho Vaz Maia foi notícia por ter sido visadonuma operação de combate ao tráfico de drogada Polícia Judiciária (PJ). Sabe-se que a rede investigada na Operação SKYS4ALL atuava via aérea, através dos aeroportos de Lisboa e do Porto, e tinha como objetivo importar droga do Brasil para enviar para Portugal e Espanha. A PJ levanta a possibilidade do artista de 37 anos ter transportado estupefacientes para Espanha, pelo menos uma vez, segundo avançou oJN.

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As duas pessoas detidas no processo já foram libertadas, após o primeiro interrogatório, e estão agora sujeitas a Termo de Identidade e Residência (TIR). Na mesma operação, também foram constituídas arguidas três pessoas por suspeitas da prática dos crimes de tráfico de estupefacientes e de substâncias e métodos proibidos, incluindo Nininho Vaz Maia.

Segundo avançou o Expresso, uma dessas três pessoas é uma advogada, que continua em liberdade. O grupo atuava através do sistema de comunicação encriptado Sky ECC, usado também pela rede controlada por "Xuxas" (o narcotraficante Rúben Oliveira), entretanto condenado a 20 anos de prisão. 

Durante as buscas ao domicílio do cantor, que aconteceram por volta das 7h da manhã de terça-feira, foi recolhido um telefone encriptado e 150 mil euros. Nininho Vaz Maia não foi notificado para interrogatório judicial e os indícios que lhe dizem respeito remontam a 2021.

Em declarações ao CM, Paulo Mendes Santos, advogado de Mauro Wilson, informou que o seu cliente, que é indiciado pelo DIAP do Ministério Público (MP) de Lisboa como possível líder da rede de tráfico de droga, está disponível para prestar declarações no âmbito do processo e não se encontra em fuga.

Nininho afirmou estar inocente e disponível para colaborar com as autoridades. "Importa deixar absolutamente claro que o Nininho está inocente e que confiamos plenamente na Justiça e estamos certos de que tudo será esclarecido com brevidade. Reafirmamos total disponibilidade para colaborar com as autoridades em tudo o que for necessário, mas rejeitamos qualquer associação precipitada", pode ler-se no comunicado enviado pela equipa do cantor à Lusa.

Uma fonte policial informou a agência que o cantor "não está entre os principais alvos nem é o centro da operação".

Conhecido no mundo da música por misturar flamenco, pop e tradição cigana, Nininho revelou em entrevistas passadas ter cumprido uma pena de um ano e meio em prisão domiciliária há 12 anos, devido ao envolvimento numa rixa noctura. A carreira musical só começou em 2019, mas em 2014, fez sucesso depois de uma prima publicar um vídeo no Youtube, onde Nininho aparecia a cantar com uma pulseira eletrónica no tornozelo. Para já, a agenda de concertos vai manter-se e no próximo sábado, 10 de maio, o cantor sobe ao palco na Queima das Fitas, do Porto.

As 33 buscas domiciliárias e não domiciliárias na área da Grande Lisboa fizeram parte de uma operação da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ, num processo dirigido pelo Ministério Público (MP) de Loures e com alvos até à zona da Margem Sul do Tejo. Foram levadas a cabo por 80 inspetores da PJ.

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