Caça ao homem esta a ser agora levada avante. Autoridades suspeitam que a fuga foi “claramente pré-planeada” e que houve um “trabalho interno”.
O Reino Unido vive há dias uma verdadeira caça ao homem. O homem é Daniel Abed Khalife, que estava preso e conseguiu escapar. Uma operação que a policia acredita ter tido ajuda de dentro - foi um "trabalho interno" - e que planeado com antecedência.
Police Service/Handout via REUTERS
"Foi claramente pré-planeado, o facto de que ele poderia amarrar-se ao fundo de um vagão. É improvável que seja algo que se faz no calor do momento", disse o comissário da polícia metropolitana de Londres Mark Rowley, à estação de rádio britânica LBC.
Ao que tudo indica o antigo soldado de 21 anos terá escapado ao amarrar-se à parte inferior de um veículo de entrega de comida da Bidfood, e terá abandonado o sistema prisional vestido de cozinheiro. Na parte de baixo do camião, que a polícia mandou parar pouco mais de uma hora após a fuga, foram encontrados adesivos. Daniel Khalife foi declarado desaparecido às 7h50. O veículo abandonou a prisão de Wandsworth, em Londres, às 7h32.
Quando questionado se a fuga foi engendrada com o apoio de terceiros, o membro da polícia mostrou não saber a resposta. "É uma questão. Alguém dentro da prisão o ajudou? Outros prisioneiros ou guardas? Ele foi ajudado por pessoas fora dos muros ou foi simplesmente criação dele?". São as perguntas para as quais a própria polícia não tem ainda respostas.
REUTERS/Anna Gordon
Na noite de quinta-feira as autoridades decidiram fechar todas as entradas e saídas do parque Richmond, que fica a 800 metros do estabelecimento pisional, e durante a caça ao jovem foram vistos dois helicópteros a sobrevoarem o local.
Daniel Khalife terá sido criado em Kingston-sobre-o-Tamisa, que fica localizada a menos de um quilómetro e meio de Richmond Park. A polícia supõe que perto deste parque deveria viver a mãe e a irmã, até há alguns anos.
Além das buscas, estão a ser neste momento verificadas as câmaras de segurança dos principais locais de transportes do Reino Unido, no entanto, até ao momento a polícia rejeita qualquer tentativa de fuga do país.
Segundo Mark Rowley, esta operação envolve "três ramos policiais", assim como a ajuda de forças de segurança de todo o país e da fronteira. O comandante de antiterrorismo da Polícia Metropolitana disse na quinta-feira que mais de 150 investigadores receberam mais de 50 chamadas, por parte de alguns cidadãos, que lhes forneceram "algumas linhas de investigação realmente valiosas". No entanto, para o comandante, o facto de não existirem avistamentos confirmados, desde que escapou da prisão, só demonstra que existe algo de incomum.
"Esta era uma área muito movimentada de Londres e não tivemos avistamentos confirmados, o que é um pouco incomum e talvez uma prova da engenhosidade da fuga de Daniel Khalife e dos seus movimentos após a fuga", contou. "Ele era um soldado treinado. Tem habilidades que talvez uma pessoa comum não tenha."
REUTERS/Anna Gordon
Um antigo presidiário, que trabalhou ao seu lado nas cozinhas da prisão, disse que o fugitivo lhe pareceu estranho. "Ele parecia uma salsicha estranha. Uma vez, na hora do almoço, apareceu e disse que iria ficar famoso. Eu disse-lhe: 'Acho que apanhou o autocarro errado'", contou à BBC Chris Jones, de 53 anos, que foi libertado em junho. "Costumávamos brincar sempre com aquele camião. "Entre nele e vá embora."
No ano passado, a prisão de Wandsworth já tinha sido classificada como uma "preocupação séria". O desaparecimento de Daniel Khalife, que foi acusado de ter plantado uma bomba falsa numa base militar e de ter recolhido informações úteis para terroristas ou inimigos do Reino Unido, só veio levantar mais questões sobre a qualidade do pessoal que lá trabalha. À agência de notícias PA, o inspetor-chefe das prisões, Charlie Taylor, disse que a falta trabalhadores era "a fonte de muitos problemas" e que tinham "neste momento uma crise apenas em termos de população".
Daniel Khalife foi dispensado do Exército em maio de 2023. No seu julgamento negou as três acusações que foram feitas contra ele.
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