Sai Zaw Thaike estava a fotografar o ciclone Mocha, que matou mais de 140 pessoas, quando acabou preso e acusado de traição. Myanmar é o segundo país no mundo onde existem mais jornalistas presos.
Um tribunal do Myanmar, na Ásia, condenou no passado dia 23 de maio um fotojornalista a 20 anos de prisão, depois de o mesmo ter coberto as consequências do ciclone Mocha, que matou mais de 140 pessoas e danificou 186 mil edificios. A informação foi avançada esta quarta-feira pela agência de notícias Myanmar Now, para a qual o repórter trabalhava.
Myanmar Now/Handout via REUTERS
Desde que foi detido, no estado de Rakhine, que Sai Zaw Thaike, de 40 anos, permanece na prisão, sem qualquer advogado ou visita da família. Logo no seu primeiro dia de julgamento foi considerado culpado e acusado de diversos crimes, incluindo de traição, incitação, por ter alegadamente causado medo, divulgação de notícias falsas, o que acarreta uma pena de prisão de até um ano, e agitação contra um funcionário público ou militar, o que pode levar a pena máxima de três anos.
"A sua sentença é mais uma indicação de que a liberdade de imprensa foi completamente anulada pela junta militar e mostra o alto preço que os jornalistas independentes em Myanmar devem pagar pelo seu trabalho profissional", disse o editor-chefe, Swe Win, da Myanmar Now.
Desde o golpe de estado a 1 de fevereiro de 2021, contra a antiga líder Aung San Suu Kyi, que o governo, formado agora por altos comandantes das forças armadas, já prendeu mais de 24 mil pessoas. Segundo o jornal The Guardian, entre os prisioneiros contam-se pelo menos 170 jornalistas. Calcula-se que a sentença de Sai Zaw Thaike seja a mais severa do que a de qualquer outra pessoa que trabalhe nos meios de comunicação social. Ainda de acordo com o jornal britânico, sabe-se também que pelo menos quatro repórteres já foram dados como mortos, e outros tantos torturados, enquanto estavam detidos. Esta tem sido assim uma das formas de reprimir qualquer voz que seja contra o governo do país.
No mesmo ano em que ocorreu o golpe de estado, os militares decidiram invadir o escritório da Myanmar Now, em Yangon. Na altura, alguns membros da equipa, incluindo o editor-chefe, Swe Win, ainda conseguiram escapar e esconderem-se. Tendo em conta que eram acusados de terem cometido vários crimes, as autoridades decidiram selar as suas casas.
Durante o exílio, Swe Win garantiu que os jornalistas iriam continuar a fornecer notícias para os seus leitores. "Não vacilaremos no nosso compromisso de continuar a fornecer notícias e informações ao povo de Myanmar, apesar dos imensos desafios que enfrentamos."
O grupo de liberdade de imprensa, Repórteres Sem Fronteiras, indicava em abril que o Myanmar é o segundo país no mundo onde existem mais jornalistas presos. Em primeiro lugar está a china. Localizado no Sudeste Asiático, este país ocupa o 176º lugar entre 180 países, no ranking da liberdade de imprensa.
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