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Ucrânia acusa Rússia de enviar comboios militares para rebeldes

24 de agosto de 2015 às 11:08
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Poroshenko vai encontrar-se com Merkel e Hollande para discutir a crise no leste separatista pró-russo

O Presidente da Ucrânia acusou hoje a Rússia de ter enviado três "grandes comboios militares" para o leste separatista pró-russo, horas antes de participar numa cimeira, em Berlim, com os homólogos alemão e francês sobre a crise ucraniana.

"Esta semana, três grandes comboios militares atravessaram a nossa fronteira em direcção a Lugansk, Donetsk [capitais das regiões rebeldes] e Debaltseve [nó estratégico que liga as duas capitais], declarou Petro Poroshenko, que se vai encontrar com Merkel e Hollande esta segunda-feira.

O chefe de Estado ucraniano falava por ocasião de uma marcha militar no centro de Kiev para assinalar o 24.º aniversário da independência da Ucrânia.

"Moscovo forneceu aos rebeldes até 500 carros de combate, 400 sistemas de artilharia e 950 veículos blindados", indicou Poroshenko, sem precisar em que período.

A Rússia "ainda não renunciou à ideia de uma intervenção indirecta ou de um assalto rebelde no interior do país", apesar das sanções ocidentais que "representam um duro golpe para a economia russa", acrescentou.

De acordo com Poroshenko, 50 mil soldados russos estão destacados na fronteira com a Ucrânia e nove mil responsáveis militares russos integram os 40 mil homens que combatem as forças ucranianas do leste separatista pró-russo.

Kiev e os ocidentais acusam a Rússia de armar os rebeldes do leste e de terem destacado na zona tropas regulares, o que Moscovo desmente regularmente.

Mais de seis mil pessoas, principalmente civis, morreram desde o início do conflito em Abril de 2014.

No próximo ano, considerou Poroshenko, a Ucrânia vai ser como uma pessoa que tem de "caminhar sobre uma fina camada de gelo onde cada passo imprudente poderá ser fatal".

"A guerra pela independência continua e só pode ser ganha com todos os esforços militares, talento diplomático, responsabilidade política e paciência de ferro", concluiu.

A Ucrânia não ficará sozinha

Zelensky vê na integração na UE uma espécie de garantia de segurança, ainda que não compense a não entrada na NATO. É possível sonhar com um cessar-fogo capaz de evitar uma futura terceira invasão russa da Ucrânia (agora para Odessa e talvez Kiev, rumo às paredes da frente Leste da UE)? Nunca num cenário de concessão do resto do Donbass. O invadido a oferecer, pela negociação, ao invasor o que este não foi capaz de conquistar no terreno? Não pode ser. Aberração diplomática que o fraco mediador Trump tenta impor aos ucranianos.