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Temido aponta gestão de Moedas em Lisboa como exemplo do "triste efeito da governação da direita"

Presidente da Concelhia do PS de Lisboa defendeu que "a governação das cidades assume um papel central".

A presidente da Concelhia do PS de Lisboa, Marta Temido criticou hoje a gestão de Carlos Moedas na capital e apontou-a como exemplo do "triste efeito da governação" que a direita quer fazer no conjunto do país.

António Cotrim/Lusa

Numa intervenção na sessão de abertura do 24.º Congresso Nacional do PS, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), Marta Temido deu a todos as boas-vindas à cidade de Lisboa onde defendeu que "a governação autárquica do PS gravou a marca de políticas progressistas e de uma visão humanista".

Em seguida, a ex-ministra da Saúde, que se tornou militante do PS em 2021, criticou a atual gestão camarária de Carlos Moedas, considerando que Lisboa "revela hoje na evidente degradação do seu funcionamento o triste efeito da governação da direita" e "espelha bem a curteza dos propósitos dessa governação que afirma pretender fazer no país o que diz ter feito na capital: derrotar o socialismo".

Marta Temido recordou antigos líderes do PS Mário Soares, Jorge Sampaio e António Guterres, atual secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), para afirmar: "Eles representam o socialismo, o socialismo em que acreditamos".

No fim do seu discurso, a presidente da Concelhia do PS de Lisboa retomou o tema da gestão autárquica e apelou ao "combate por melhores políticas públicas locais", defendendo que no presente "a governação das cidades assume um papel central".

Marta Temido argumentou que é nas cidades que "se jogam todos os desafios da modernidade", porque "são simultaneamente um catalisador da atividade económica, mas também de maiores constrangimentos no acesso à habitação, à mobilidade sustentável, aos serviços públicos", porque "são espaços de multiculturalidade, mas também de fricção e exclusão", disse.

"A menos de dois anos do próximo ciclo autárquico, é urgente afirmar e demonstrar que há espaço para diferentes e melhores políticas e que o Congresso que hoje iniciamos seja também um espaço para essa discussão, para as pessoas, com a participação das pessoas", acrescentou.

A ex-ministra da Saúde apelou também ao "combate por políticas públicas que continuem a melhorar a resposta do Estado social às expectativas crescentes", defendendo que "exige a continuação da resolução dos estrangulamentos com que a Administração Pública se debate", incluindo a "captura desse mesmo Estado por algumas entidades de autorregulação".

Marta temido elogiou o anterior secretário-geral do PS e ainda primeiro-ministro, António Costa, sustentando que "os portugueses reconhecem que a governação do PS trouxe ao país ganhos fundamentais, no desenvolvimento económico e social, no crescimento do trabalho e dos rendimentos, no combate às desigualdades, mas também no empenho internacional".

Sobre o novo secretário-geral do PS, declarou: "Não tenho a menor dúvida, não tenham a menor dúvida, estamos unidos com o secretário-geral Pedro Nuno Santos na defesa dos princípios do socialismo democrático e todos nós bateremos para a sua eleição como primeiro-ministro de Portugal".

O 24.º Congresso Nacional do PS vai eleger os novos órgãos nacionais do partidos, depois das eleições diretas de 15 e 16 de dezembro, em que Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral, com 61% dos votos, contra José Luís Carneiro, que teve 37%, e Daniel Adrião, que teve 1%.

Este processo eleitoral no PS foi aberto com a demissão de António Costa do cargo primeiro-ministro, em 7 de novembro, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e dois dias depois anunciou ao país a dissolução do parlamento e a convocação de eleições legislativas antecipadas para 10 de março.

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